Maputo, 21 de Março de 2025 – O Presidente da República, Daniel Chapo, reafirmou o compromisso do país em fortalecer as relações diplomáticas e económicas com a Namíbia e a Zâmbia, durante a sua visita de trabalho a Windhoek. A deslocação teve como objectivo central participar na investidura da Presidente da Namíbia, Ndemupelila Netumbo Nandi-Ndaitwah, e nas celebrações do 35.º aniversário da independência namibiana. Além dos eventos protocolares, a visita serviu como uma plataforma para aprofundar a cooperação bilateral em áreas estratégicas como energia, infra-estrutura, agricultura e comércio regional.

“A nossa viagem à Namíbia vem mesmo confirmar, mais uma vez, as relações de amizade e cooperação que Moçambique tem com a Namíbia desde antes da nossa independência nacional”, afirmou o Chefe de Estado, em conferência de imprensa de balanço, sublinhando a história comum de luta pela liberdade que une os dois países desde os tempos dos movimentos de libertação nacional.

O Presidente moçambicano esteve acompanhado pela Esposa, Gueta Chapo, e participou num jantar oferecido pelo então Presidente namibiano, Nangolo Mbumba, à chegada ao país. No dia seguinte, hoje, assistiu à cerimónia de tomada de posse da nova Chefe de Estado, que foi testemunhada também por outros Chefes de Estado africanos e representantes de várias nações.

Além da participação nos eventos oficiais, Daniel Chapo aproveitou a ocasião para se reunir com o Presidente da Zâmbia, Hakainde Hichilema, reforçando os laços bilaterais entre os dois países. “O encontro foi basicamente para, mais uma vez, estreitarmos as nossas relações bilaterais de amizade entre Zâmbia e Moçambique”, disse Chapo, referindo-se à história compartilhada entre os povos Nguni de ambos os territórios.

Durante a reunião, um dos principais temas abordados foi a cooperação energética, dado que Moçambique é um fornecedor fundamental de electricidade para a região. “A Zâmbia tem desafios em termos de energia eléctrica, e nós, Moçambique, estamos a trabalhar para servir como ‘hub’ em termos de fornecimento de energia eléctrica aos países da região”, destacou Chapo, reafirmando o compromisso do país em investir em infra-estrutura energética, incluindo barragens, centrais solares e exploração do gás.

Outro ponto-chave da discussão foi a utilização dos portos moçambicanos para a exportação de produtos zambianos, especialmente minerais. O Presidente da Zâmbia demonstrou interesse em continuar a utilizar os portos de Nacala e da Beira. “Temos de continuar a investir nos nossos portos, nos nossos corredores de desenvolvimento, nos países do interland, como é o caso da Zâmbia”, enfatizou Chapo.

As relações fronteiriças também foram tema de debate, com foco na dinamização das trocas comerciais entre as populações de ambos os lados da fronteira. “Há uma necessidade de continuarmos a trabalhar para melhorarmos, portanto, as nossas fronteiras, sobretudo com estes projectos de fronteiras de paragem única que pretendemos levar a cabo”, disse o Presidente moçambicano, mencionando iniciativas similares com a Tanzânia, Malawi, Zimbabwe e África do Sul.

Detalhando sobre o potencial de cooperação existente entre Namíbia e Moçambique, o estadista destacou a importância de Moçambique aprender daquele país em áreas estratégicas, como a exploração de recursos minerais. “A Namíbia tem muita experiência. Uma das experiências que a Namíbia tem está relacionada à exploração de recursos minerais. Como sabem, Moçambique é um país que tem recursos minerais; a Namíbia também tem, mas em termos, por exemplo, de legislação, nós precisamos aprender a experiência da Namíbia”, afirmou.

Além disso, Moçambique vê na Namíbia um modelo de referência no sector agro-pecuário, especialmente na criação de gado bovino e caprino, bem como na produção de carne de qualidade. O país namibiano também se destaca na construção de infra-estruturas de habitação e vias de acesso, além de estratégias eficazes para atrair investimentos privados. Moçambique pretende absorver essa experiência para melhorar o ambiente de negócios e promover um crescimento sustentável.

O Presidente da República considerou o balanço da visita extremamente positivo. “Mais uma vez, Moçambique mostrou a relação de amizade e cooperação que tem com os países da região, mas também a nível do continente africano e do mundo”.

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