MAPUTO, 19 DE NOVEMBRO DE 2025 – O Presidente da República, Daniel Francisco Chapo, desafiou hoje a Universidade Católica de Moçambique (UCM) e as demais instituições de ensino superior a reforçarem o seu papel na construção de um futuro sustentável, afirmando que as universidades são chamadas a “construir pontes” para enfrentar os desafios nacionais e globais.
O Chefe de Estado falava na abertura oficial do VII Congresso Internacional da UCM, que decorre em Maputo, sob o lema “Universidades Católicas, Construindo Pontes para um Futuro Sustentável”.
Ao intervir na cerimónia, o Presidente Chapo exaltou a direcção da UCM pela liderança demonstrada na consolidação da instituição. “É para mim uma honra singular presidir à abertura oficial deste Sétimo Congresso Internacional”, afirmou, destacando os 30 anos da universidade como percurso de excelência, humanismo e compromisso com o desenvolvimento do país.
O Presidente moçambicano enquadrou o congresso num ano simbólico em que Moçambique celebra meio século de independência, sublinhando ser “justo” reconhecer “o contributo sólido e persistente da UCM na edificação de um país mais justo, mais qualificado e mais comprometido com a dignidade humana”. Assinalou ainda que a UCM se afirmou, ao longo de três décadas, como símbolo de descentralização do ensino superior e de formação integral.
Ao abordar o papel das instituições de ensino superior nas políticas educativas nacionais, o Chefe do Estado reiterou que o Governo definiu como prioridade estratégica o reforço da educação e da ciência.
“A nossa visão decorre do reconhecimento de que não há desenvolvimento económico, inclusão social ou estabilidade democrática sem um sistema educativo robusto, justo e orientado para a inovação”, declarou, recordando reformas em curso e o contributo esperado das universidades.
O governante apontou áreas essenciais de intervenção académica, incluindo investigação aplicada, formação de professores, promoção da cidadania democrática e participação na formulação de políticas públicas. Frisou que o ensino superior deve ser “motor de desenvolvimento económico, cultural e tecnológico” e aliado do Estado na resposta aos desafios nacionais.
Ao abordar as ameaças globais e a urgência da sustentabilidade, o estadista lembrou que fenómenos como mudanças climáticas, fragilidades sociais e riscos de desastres exigem soluções científicas e inovadoras.
Ademais, destacou o papel de Moçambique na União Africana como campeão na gestão do risco de desastres naturais, apelando às universidades africanas para integrarem esta área nas suas prioridades. Recordou também o apelo do Papa Francisco sobre o Pacto Educativo Global, citando a exortação Christus Vivit (do Papa Francisco aos jovens para viverem a fé com alegria e responsabilidade): “Há um pacto quando, mantendo as recíprocas diferenças, se optar por colocar as próprias forças ao serviço do mesmo projecto”
No capítulo dedicado aos 30 anos da UCM, destacou o seu contributo para a formação de quadros, a coesão social e a consolidação da paz. “A UCM assumiu-se como instituição promotora de esperança, paz e formação integral”, afirmou, realçando o impacto da universidade em áreas como educação, saúde, economia, comunicação social e ciências sociais.
Ao olhar para o futuro, o estadista moçambicano elogiou o alinhamento da UCM com prioridades nacionais, incluindo educação digital inclusiva, investigação em saúde, agricultura e gestão pública, bem como a promoção da liderança ética. Reafirmou o desejo de que a instituição continue a expandir parcerias internacionais e a reforçar o seu contributo para o desenvolvimento humano e científico do país. O Presidente da República encerrou a sua intervenção apelando ao reforço das pontes entre gerações, culturas e campos do saber. “Que este Congresso seja espaço de diálogo, de reflexão crítica e de compromisso académico”, disse, antes de declarar oficialmente aberto o VII Congresso Internacional “Universidades Católicas, Construindo Pontes para um Futuro Sustentável”.