MAPUTO, 19 DE NOVEMBRO DE 2025 – O Presidente da República, Daniel Francisco Chapo, desafiou hoje a Universidade Eduardo Mondlane (UEM), a mais antiga instituição do ensino superior no país, a responder “às necessidades reais do país e do mundo do trabalho”, afirmando que “o tempo em que o diploma garantia automaticamente um emprego chegou ao fim”.

O Chefe do Estado destacou que a formação superior deve produzir “criadores de emprego e não apenas candidatos a emprego”, apontando este como um dos três grandes desafios estratégicos para o futuro da instituição e para a construção da Independência Económica do país.

Durante a segunda cerimónia de graduação do ano académico de 2025, que decorre entre hoje e amanhã, em Maputo, o Presidente Chapo saudou o evento como “uma celebração nacional e um ponto de encontro da nossa moçambicanidade”, sublinhando que este é o momento em que “o esforço das famílias se transforma em conquista” e o “investimento da nação em esperança renovada”.

Outrossim, recordou que esta é a primeira cerimónia de graduação da UEM que preside desde que assumiu a Chefia do Estado, assegurando que o seu mandato será marcado pelo compromisso de “estabelecer os alicerces da nossa independência económica, através da transformação estrutural da nossa economia”. Reforçou ainda o simbolismo deste ano, em que Moçambique celebra 50 anos de independência nacional.

O estadista evocou o legado histórico da UEM, instituição que descreveu como “um instrumento de emancipação nacional, uma fábrica de quadros e um viveiro de pensamento crítico construtivo moçambicano”. Lembrou que foi nesta casa que “se formaram os primeiros quadros que edificaram o Estado moçambicano” e onde se moldou parte significativa da consciência nacional moderna, incluindo a Geração 8 de Março.

O Presidente da República rendeu homenagem aos docentes, técnicos, funcionários e antigos reitores da UEM, entre eles Fernando dos Reis Ganhão, Rui Baltazar dos Santos Alves, Narciso Matos, Brazão Mazula, Filipe José Couto e Orlando António Quilambo.

Ademais, destacou ainda o novo perfil da universidade, afirmando que “a UEM renasce com novo vigor”, deixando de ser apenas uma universidade de ensino para afirmar-se como “uma Universidade de Investigação”, comprometida com a ciência, a inovação e a transformação social. Sublinhou que, em 2025, a instituição graduou 1.789 quadros, dos quais 56 por cento mulheres, um “marco inspirador” para o país.

Falando directamente aos graduados, o Chefe do Estado afirmou que “hoje é o vosso dia, o dia de celebrar”, reconhecendo o percurso de sacrifício, disciplina e resiliência que levou cada estudante à conclusão da sua formação. “O vosso diploma não é o fim de um percurso, pelo contrário, é o início de uma nova responsabilidade”, declarou, instando os novos profissionais a servir Moçambique com “competência, responsabilidade, honestidade, integridade, ética e patriotismo”.

Além do desafio de formar criadores de emprego, o Presidente Chapo apelou à UEM para “aprender a viver e conviver com a inteligência artificial, sem perder a inteligência humana”, defendendo que a academia deve ensinar os jovens a usar estas ferramentas “para pensar melhor e com ética”. Acrescentou ainda o convite à participação activa da universidade no Diálogo Nacional Inclusivo, submetendo análises e contribuições que reforcem a governação e a unidade nacional.

O Presidente da República terminou reafirmando a confiança do Estado na missão histórica da UEM, sublinhando que o ensino superior deve ser “um dos motores da Independência Económica”. Destacou que “o principal recurso que este país tem é o capital humano” e exortou os graduados a manterem o compromisso de servir o país.

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