MAPUTO, 18 DE NOVEMBRO DE 2025 – O Presidente da República, Daniel Francisco Chapo, afirmou hoje, em Maputo, que os combatentes da luta de libertação nacional constituem a “nossa fonte de inspiração” para enfrentar os desafios actuais do país e consolidar o caminho rumo à independência económica.

O Chefe de Estado falava durante o lançamento do livro “Marchamos com Determinação e Confiança no Processo de Libertação de Moçambique”, da autoria do Tenente-General na reserva Raimundo Pachinuapa, um dos mais destacados veteranos da primeira linha.

Na sua intervenção, o Presidente Chapo começou por agradecer à família Pachinuapa pela iniciativa de partilhar uma obra que considera essencial para o resgate da memória histórica.

O Chefe do Estado destacou que os veteranos são uma referência moral e patriótica para as novas gerações, sobretudo no actual contexto de desafios do desenvolvimento nacional.

“São fontes de inspiração porque durante a conversa com eles, nós, os mais jovens da geração pós-independência, aprendemos todos os dias. Com autor da obra, o que se aprende dele são valores nobres como valores de liberdade, de independência, de soberania, de integridade territorial e, sobretudo, valores de luta pelo povo moçambicano”, disse.

O governante sublinhou que os combatentes da luta de libertação nacional “sacrificaram as suas vidas” sem esperar benefícios pessoais. “Os nossos combatentes, os veteranos da luta de libertação nacional não lutaram para ter bens materiais, não lutaram para ter recursos financeiros, não lutaram para alcançar o sucesso individual ou o sucesso de um grupo, mas lutaram para libertar a terra e o povo”, afirmou, acrescentando que essa é “a principal lição” que o país deve resgatar do legado dos veteranos.

Ademais, enalteceu igualmente os valores transmitidos por Raimundo e Marina Pachinuapa, que descreveu como exemplos de humildade, integridade, responsabilidade, competência e honestidade.

“Através desses valores, nós temos aprendido muito como jovens. E eu acho que são esses valores que temos que seguir destes nossos combatentes, como jovens que pretendemos continuar a servir o povo moçambicano para o desenvolvimento deste país”, frisou.

O Presidente Chapo aproveitou a ocasião para lançar um apelo nacional à preservação da memória histórica. “Queria aproveitar esta ocasião […] para apelar a todos os combatentes veteranos da luta pela libertação nacional, do Rovuma ao Maputo, do Zumbo ao Índico e na diáspora, para continuarem a escrever os livros e deixarem as suas memórias, porque são fontes de inspiração para as futuras gerações e para o futuro deste país”, disse, garantindo apoio institucional à produção e edição dessas obras.

O estadista defendeu que conhecer o passado é condição fundamental para compreender o presente e planificar o futuro. “Um povo que não conhece o seu passado não vai saber o seu presente e, consequentemente, não vai conseguir perspectivar o seu futuro. Nós temos que conhecer o nosso passado, para conseguirmos avaliar o presente e depois conseguirmos perspectivar o futuro”, sublinhou.

Dirigindo-se à juventude, o Chefe do Estado reiterou a importância de preservar os valores que conduziram à independência nacional. “A nossa responsabilidade é preservar os valores que nortearam a nossa independência, preservar os valores da unidade nacional, preservar os valores da nossa soberania, preservar os valores da nossa integridade territorial, preservar os valores para o nosso desenvolvimento sustentável”, afirmou, insistindo na necessidade de “servir o povo e nunca se servir”. O livro de Raimundo Pachinuapa, lançado pela Nachingwea Editores, constitui uma autobiografia que resgata episódios, vivências e ensinamentos de um veterano que integrou o grupo de 350guerrilheiros moçambicanos treinados na Argélia, protagonistas do início da luta armada em Setembro de 1964. Para o Presidente da República, esta obra reafirma a importância dos veteranos como “fonte” da qual o país continua a beber para construir o futuro.

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