MAPUTO, 08 DE NOVEMBRO DE 2025 – O Presidente da República, Daniel Francisco Chapo, reuniu-se esta sexta-feira com a comunidade estudantil moçambicana residente em Belém, destacando a participação de Moçambique na Cimeira do Clima (COP30) e reafirmando o compromisso do Governo com o diálogo nacional inclusivo e a estabilidade política e económica. O Chefe do Estado sublinhou os avanços diplomáticos, económicos e de segurança em curso, e assegurou que o país vive actualmente um clima de paz e normalidade institucional.

No encontro, realizado no quadro da visita de trabalho ao Brasil, o Presidente Chapo explicou que a deslocação a Belém teve como objectivo principal a participação na sessão inaugural da COP30 e nas discussões de alto nível sobre adaptação climática, florestas e oceanos. “Estamos aqui no âmbito da COP30. Como sabem, foi programada para acontecer no Brasil. E a nossa vinda foi mesmo no âmbito do encontro de alto nível, a nível global”, afirmou.

O Chefe do Estado referiu que a missão oficial em Belém cumpriu o seu propósito, com intervenções na plenária e em grupos temáticos. “Chegamos aqui para participar nos eventos principais, que marcam o início. A COP vai continuar até o dia 21, mas nós temos que regressar, porque a parte principal, a cerimónia de abertura, das intervenções e dos painéis que tínhamos que participar, como líderes mundiais de alto nível, já terminou”, disse, acrescentando que antes do regresso considerou essencial reunir-se com os estudantes moçambicanos.

O Presidente da República saudou a decisão do Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, de levar a COP30 à região amazónica, destacando o simbolismo ecológico e o impacto logístico da iniciativa. “Foi o sonho do Presidente Lula em realizar a conferência nesta região da Amazônia, o que é bastante importante, porque é o pulmão do mundo”, apontou, destacando o esforço na mobilização de recursos para garantir uma organização eficaz do evento.

Durante o encontro, o estadista moçambicano fez um balanço do processo de diálogo nacional desencadeado após episódios de contestação pós-eleitoral no país, destacando que o mesmo já produziu consensos relevantes. “E, assim, começou-se a avançar com o diálogo. Assinámos um Compromisso Político para um Diálogo Nacional Inclusivo no dia 5 de Março […]. Neste momento que estamos a falar aqui o país está com uma estabilidade política, económica e social, do Rovuma ao Maputo”, sublinhou.

Ademais, afirmou que a economia nacional apresenta sinais claros de recuperação após o impacto das manifestações e da permanência na Lista Cinzenta internacional. “A economia está a voltar. Fizemos um esforço enorme, porque desde 2022 o país estava na Lista Cinzenta”, disse, realçando que os grandes projectos de gás em Cabo Delgado serão fundamentais para dinamizar o desenvolvimento económico.

A questão da segurança em Cabo Delgado também mereceu destaque, com o Presidente Chapo a afirmar que a situação está controlada, apesar de persistirem ataques isolados. “O desafio maior é o terrorismo em Cabo Delgado. Há ataques esporádicos”, afirmou, destacando a retomada das vilas anteriormente ocupadas e o retorno gradual dos megaprojectos energéticos.

O Chefe do Estado revelou avanços importantes nos projectos de gás natural, apontando compromissos recentes com empresas internacionais. “Estamos, neste momento, à espera que isso aconteça e que é para depois entrarmos nos passos subsequentes”, afirmou, referindo-se ao levantamento formal da Força Maior pela Total e à expectativa de uma decisão final de investimento da ExxonMobil no próximo ano. Por fim, o Presidente Daniel Chapo destacou o reforço da cooperação bilateral com o Brasil, assinalando encontros com o Presidente Lula e empresas estratégicas. “O Brasil tem muita experiência nestas áreas todas”, disse, mencionando sectores como petróleo e gás, agricultura, infra-estrutura, turismo e aviação, nos quais Moçambique espera beneficiar de trocas técnicas e investimentos.

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