MAPUTO, 24 DE OUTUBRO DE 2025 – O Presidente da República, Daniel Francisco Chapo, defendeu esta quinta-feira, em Lusaka, a necessidade de Moçambique e a Zâmbia converterem a amizade histórica que une os dois países em benefícios económicos tangíveis, com mais investimentos, negócios e empregos.

O Chefe do Estado sublinhou que as relações bilaterais devem agora gerar efeitos práticos para o desenvolvimento. “O nosso desafio é outro: transformar essa amizade histórica em prosperidade concreta, que se traduza em investimentos, negócios, empregos para a nossa juventude e a mulher e empresas sustentáveis para os nossos povos”, disse.

Falando durante uma mesa-redonda com empresários moçambicanos e zambianos, o Presidente Chapo sublinhou que as relações entre os dois países tiveram origem na luta, amadureceram na paz e actualmente se fortalecem com a cooperação económica.

O estadista acrescentou que estas ligações foram construídas com base na solidariedade, na irmandade africana, no respeito mútuo e na visão comum de uma África livre, próspera e integrada, ideal pelos quais os libertadores de ambos os países lutaram até à independência.

Durante o evento, o Presidente da República enquadrou a nova fase de aproximação económica na dinâmica continental promovida pela Zona de Comércio Livre Continental Africana, sublinhando que o continente vive uma nova era e que Moçambique e a Zâmbia devem assumir um papel de liderança, enquanto países irmãos, complementares e unidos pela geografia, pela história e por uma visão comum de desenvolvimento inclusivo e sustentável.

O Estadista moçambicano destacou o papel estratégico dos corredores logísticos nacionais para a competitividade regional, lembrando que “Moçambique oferece à Zâmbia um acesso estratégico ao mar, com portos modernos e corredores logísticos que ligam o coração da África Austral e a Zâmbia aos mercados internacionais, estamos a falar dos corredores da Beira e Nacala.” Acrescentou que o país é igualmente “um parceiro essencial na garantia da segurança energética da Zâmbia, disponibilizando energia eléctrica fiável e competitiva”.

Por outro lado, elogiou a experiência industrial e agrícola zambiana, notando que a Zâmbia oferece a Moçambique experiência industrial, sobretudo experiência industrial mineira e agrícola, um empresariado dinâmico e uma governação estável que inspira confiança, elementos que considera fundamentais para reforçar a cooperação bidireccional.

Outrossim, apontou cinco áreas prioritárias para captação de investimento zambiano: agricultura, industrialização, energia, turismo e recursos minerais. Sobre a ambição nacional, afirmou: “A nossa ambição é clara: industrializar Moçambique”, através do Programa Nacional Industrializar Moçambique (PRONAI), enquanto no domínio energético sublinhou que “Moçambique tem condições para se tornar o grande hub energético da África Austral”.

O Presidente Chapo anunciou reformas já em implementação para melhorar o ambiente de negócios, referindo que “a visão que temos para o investimento em Moçambique é simples e assenta na segurança jurídica, previsibilidade e confiança”, apontando medidas como a nova Lei de Investimentos Privados, isenção de vistos para cidadãos da SADC e a eliminação de licenças em mais de 80 actividades económicas.

Ademais, defendeu que a prosperidade partilhada depende de acção coordenada entre os sectores privados dos dois países, apontando que “o sector privado moçambicano está aqui presente e disponível para cooperar, investir e criar oportunidades com o sector privado zambiano”, apelando aos “empresários zambianos a investirem em Moçambique e empresários moçambicanos a investirem na Zâmbia, porque somos todos irmãos.” No fim, o Presidente Daniel Chapo reforçou o compromisso com o futuro das relações bilaterais. “Moçambique e Zâmbia não são apenas vizinhos. Somos irmãos”, e que a geração actual deve “trabalhar hoje para que os nossos netos, os nossos bisnetos, falem de nós no futuro por estarem independentes economicamente”, desejando que o encontro marque “o início de uma nova era de colaboração e crescimento económico, feita de resultados concretos e benefícios recíprocos”.

Your email address will not be published. Required fields are marked *

*