MAPUTO, 24 DE OUTUBRO DE 2025 – O Presidente da República, Daniel Francisco Chapo, reafirmou esta quinta-feira, em Lusaka, o compromisso de Moçambique em fortalecer os laços históricos de amizade, solidariedade e cooperação com a República da Zâmbia.

O Chefe do Estado falava durante o encontro que manteve com a comunidade moçambicana residente naquele país, no quadro da visita de trabalho que realiza desde quarta-feira, a convite do Presidente zambiano, Hakainde Hichilema.

Na ocasião, o Presidente Chapo explicou que a deslocação à Zâmbia ocorre a convite do seu homólogo zambiano, por ocasião das celebrações dos 61 anos de independência do país vizinho, nas quais Moçambique participa como convidado de honra.

O estadista saudou a comunidade moçambicana residente na Zâmbia e destacou a importância de a visita servir também para o reforço das relações de amizade e cooperação que unem os dois países desde a era dos Presidentes Samora Machel e Kenneth Kaunda.

Outrossim, evocou a profunda ligação histórica entre os dois povos, sublinhando o papel de Lusaka no processo de libertação de Moçambique.

“Foi aqui em Lusaka onde nos encontramos que foi assinado o Acordo de Lusaka. Por isso, no dia 7 de Setembro, em Moçambique, comemoramos o Dia da Vitória. Foi este acordo que terminou com o período colonial e deu início à caminhada para a proclamação da nossa independência no dia 25 de Junho de 1975, que este ano comemoramos 50 anos”, lembrou.

Dirigindo-se aos moçambicanos residentes na Zâmbia, o Presidente Chapo partilhou o ponto de situação político, económico e social do país, com destaque para o diálogo nacional em curso.

“No dia 10 de Setembro deste ano fizemos o lançamento oficial a nível nacional e, neste momento, está a decorrer o diálogo, que é um espaço em que todos os moçambicanos estão convidados. Não é só em Moçambique, aqui também na diáspora, é um debate que vai levar dois anos”, explicou, acrescentando que “irmãos nossos virão à Zâmbia para ouvir a opinião dos que aqui vivem”.

O dirigente moçambicano sublinhou que a actual prioridade do Governo é o desenvolvimento económico sustentável. “Hoje, por exemplo, falámos com o Presidente daqui da Zâmbia, o Presidente Hichilema, sobre os corredores de desenvolvimento da Beira e de Nacala, falámos sobre combustíveis, fronteiras, energia e muitas outras coisas”, referiu. Anunciou igualmente que “assinámos um acordo hoje para construir uma Fronteira de Paragem Única, na Fronteira de Cassacatiza, entre Zâmbia e Moçambique, para acelerar o comércio entre os dois países irmãos”.

O Presidente da República destacou ainda o esforço nacional de reconstrução e diversificação económica, face aos desafios de segurança em Cabo Delgado. “As nossas Forças Armadas continuam no terreno a combater o terrorismo e a defender o nosso povo. Mas também temos projectos de gás que estão a arrancar e vão desenvolver Moçambique. Queremos desenvolver a agricultura, o turismo, construir mais escolas, mais hospitais, mais estradas, mais energia e mais água para o nosso povo”, declarou.

O estadista moçambicano destacou a paz e a estabilidade como bases fundamentais para o progresso. “Durante o percurso da Chama da Unidade Nacional, o povo só pedia duas coisas: paz e segurança. O povo não quer conflitos, não quer violência, não quer discursos de ódio, quer a paz, quer a reconciliação, quer a segurança. Por isso, nós estamos focados na paz e segurança, porque não há nenhum país no mundo que desenvolve sem paz e segurança”, frisou.

A comunidade moçambicana na Zâmbia saudou o Presidente Chapo pelo seu empenho em reforçar as boas relações bilaterais e apresentou preocupações: o pedido de criação de uma brigada permanente para a emissão de bilhetes de identidade e passaportes, o pagamento de pensões a antigos combatentes, a atribuição de bolsas de estudo para jovens e a legalização do estatuto de residência dos moçambicanos que vivem há mais de dez anos em território zambiano. No encerramento do encontro, o Presidente da República elogiou a coesão e o espírito patriótico da diáspora moçambicana, incentivando-a a manter-se unida e solidária. O Chefe do Estado apelou para que os moçambicanos continuem a fortalecer as suas associações, por considerá-las essenciais para a promoção da solidariedade entre compatriotas residentes na Zâmbia.

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