MAPUTO, 19 DE OUTUBRO DE 2025 – O Presidente da República, Daniel Francisco Chapo, manteve neste domingo, em Genebra, um encontro com a comunidade moçambicana residente na Suíça, no quadro da sua visita de trabalho à Confederação. No diálogo, o Chefe do Estado destacou os principais objectivos da missão, centrados no estreitamento das relações bilaterais, na partilha da experiência moçambicana em gestão de desastres e na mobilização de investimento e apoio multilateral.

A visita, que visa aprofundar as relações de amizade e cooperação entre Moçambique e Suíça, ocorre num período em que o Presidente Chapo participa num fórum de alto nível em Genebra.

O Presidente Daniel Chapo explicou à diáspora que a sua presença na Suíça está directamente ligada à diplomacia climática, destacando o papel de liderança de Moçambique na prevenção e resposta a desastres naturais.

“É verdade que o objectivo principal que nos leva a esta terra é participarmos num fórum de alto nível para falarmos sobre o nosso trabalho em Moçambique que está relacionado com os desafios que o mundo tem hoje por causa das mudanças climáticas,” afirmou.

O estadista realçou a experiência do país, que sofre ciclicamente de fenómenos como cheias, inundações e ciclones. “Nós temos tido uma experiência em que quando temos estas calamidades ou estes desastres naturais o número em termos de óbitos e danos que são causados não tem sido significativo em relação àquilo que é a dimensão de cada desastre ou calamidade,” frisou.

Em reconhecimento pela resiliência e pela capacidade de resposta demonstradas face aos desastres naturais, a União Africana elegeu Moçambique como campeão regional na área de prevenção de desastres e calamidades naturais, distinção que reflecte a experiência acumulada do país na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas e na implementação de mecanismos eficazes de prevenção e gestão de riscos.

Neste contexto, o Presidente Daniel Chapo explicou que a participação de Moçambique no fórum de alto nível sobre mudanças climáticas visa partilhar essa experiência com a comunidade internacional. Informou que o país pretende mostrar ao mundo como, a partir da sua própria realidade, tem conseguido reduzir o impacto de fenómenos extremos e contribuir para um esforço global de adaptação e resiliência climática.

Além da vertente climática, o estadista moçambicano sublinhou o desejo de aprofundar os laços de amizade e cooperação com a Suíça, recordando que essas relações são excelentes e remontam ao período anterior à independência nacional. Acrescentou que a visita visa estreitar ainda mais essa parceria histórica, consolidando a cooperação entre os dois países.

O Presidente da República explicou que a visita à Suíça tem igualmente como objectivo mobilizar investimentos que impulsionem o crescimento económico, social e político de Moçambique. Sublinhou a importância de envolver o sector privado nesse esforço, destacando que a atracção de novos investidores constitui uma das principais metas da sua deslocação ao país europeu.

Ademais, salientou que Genebra, sede de diversas organizações internacionais e multilaterais, incluindo as ligadas às Nações Unidas, oferece uma oportunidade estratégica para mobilizar esses parceiros e obter apoio ao desenvolvimento de Moçambique.

O Chefe do Estado elogiou a contribuição dos moçambicanos residentes no exterior, destacando que o seu trabalho e empenho beneficiam tanto o país de acolhimento quanto Moçambique.

Durante o encontro, os membros da comunidade apresentaram as suas preocupações, que o Presidente Chapo considerou “todas elas legítimas.”

Entre os temas abordados, está a questão relacionada ao desembaraço de contentores de doações provenientes da Suíça, em que o dirigente moçambicano defendeu a revisão de políticas alfandegárias para facilitar a entrada de bens de apoio humanitário e agrícola.

O encontro com a diáspora decorreu no dia em que se assinala o 39.º aniversário da morte do primeiro Presidente de Moçambique independente, Samora Moisés Machel. A este respeito, o Presidente da República prestou homenagem ao seu legado, afirmando que “o espírito patriótico e o exemplo de liderança de Samora Machel permanecem vivos na consciência nacional e orientam o nosso compromisso com a paz e o desenvolvimento”. Entre os vectores estratégicos de desenvolvimento, destacou a modernização da administração pública através da transformação digital, o fortalecimento das Pequenas e Médias Empresas (PME), a intenção de iniciar a produção local de medicamentos e a consolidação da paz e segurança em todo o território nacional, reiterando que “não há paz sem segurança e não há segurança sem paz”.

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