
MAPUTO, 07 DE SETEMBRO DE 2025 – O Presidente da República, Daniel Francisco Chapo, afirmou este domingo, em Maputo, que o 07 de Setembro – Dia da Vitória – deve ser assumido como uma data de reflexão e inspiração para os moçambicanos, sobretudo para as novas gerações, na preservação da unidade, da liberdade e da soberania nacional.
O Chefe do Estado falava depois de depositar uma coroa de flores no Monumento aos Heróis Moçambicanos, durante a cerimónia central que assinalou o 51.º aniversário da assinatura dos Acordos de Lusaka, marco histórico que abriu caminho à independência nacional.
Na sua intervenção, o Presidente Chapo destacou a importância de homenagear os combatentes da Luta de Libertação Nacional, sublinhando que “a nossa presença neste panteão onde repousam, eternamente, alguns dos melhores filhos que a nossa nação gerou, visa homenagear e glorificar estes heróis e a todos os compatriotas que estiveram ou estão dispostos a sacrificar as suas vidas em nome de Moçambique”.
O estadista enalteceu ainda o facto de o país continuar a conviver com protagonistas directos dos Acordos de Lusaka, alguns dos quais presentes na cerimónia. “Queremos capitalizar esta cerimónia para, em nome do povo moçambicano e no meu nome próprio, transmitir uma forte mensagem de reconhecimento e gratidão a esses heróis, pelo facto de nos legarem uma Pátria linda, livre e soberana”, afirmou.
Recordando o percurso histórico, o Chefe do Estado sublinhou que a assinatura dos Acordos de Lusaka, a 7 de Setembro de 1974, marcou o fim da luta armada contra o colonialismo português e o início de uma nova era. “Estes acordos não representaram apenas o simples calar de armas, eles marcaram o fim de centenas de anos da dominação colonial portuguesa em Moçambique e a restituição dos valores mais nobres de um povo, que durante centenas de anos viveu na condição de oprimido e de escravo, na sua própria terra”, destacou.
O Presidente da República enfatizou que o 07 de Setembro simboliza também a coragem do povo moçambicano. “O 7 de Setembro simboliza a derrota e capitulação da poderosa máquina militar colonial, diante dos valentes e destemidos filhos de Moçambique. Por isso, este dia é conhecido, também, como o Dia da Vitória do povo moçambicano”, disse.
O dirigente moçambicano lembrou que a vitória de Lusaka abriu caminho à proclamação da independência, a 25 de Junho de 1975, garantindo símbolos e instrumentos de soberania. “Foi a partir deste dia que o nosso povo teve a certeza de que teria a sua própria bandeira, esta multicolor de que hoje nos orgulhamos; o seu hino, a sua moeda, o seu Bilhete de Identidade, o seu Passaporte e a sua nacionalidade”, referiu.
O Chefe do Estado defendeu que o Dia da Vitória deve ultrapassar o carácter de feriado, assumindo-se como uma oportunidade para projectar o futuro. “Este 7 de Setembro deve ser assumido como um dia de reflexão sobre o nosso passado, o caminho percorrido até hoje, projectando o horizonte que queremos alcançar a curto, médio e longo prazos”, declarou, acrescentando que a efeméride deve inspirar a luta pela independência económica.
Nessa linha, exortou a juventude a assumir-se como protagonista no desenvolvimento do país, recordando o exemplo da geração do 25 de Setembro. “Inspirados na vitória de Lusaka, se cada jovem Moçambicano […] redobrar o seu empenho e esforço para produzir o dobro do que já vem fazendo, o somatório individual será determinante para o desenvolvimento global da economia da querida pátria amada, Moçambique”, afirmou. O Presidente Daniel Chapo encerrou a sua intervenção com um apelo à unidade, à paz e ao combate a todas as formas de divisão e retrocesso. “Cabe-nos preservar a paz, fortalecer a nossa unidade nacional, promover a justiça social e garantir que o desenvolvimento chegue a todos os cantos do país. Só assim poderemos manter viva a chama de Lusaka e construirmos um Moçambique mais justo, próspero e solidário”, concluiu.