
MAPUTO, 26 DE JULHO DE 2025 – O Presidente da República, Daniel Francisco Chapo, acolheu este sábado, no distrito de Mocuba, na Zambézia, as preocupações apresentadas pelos líderes comunitários da província, que pediram ao Governo a disponibilização urgente dos tractores com atrelados modificados para o transporte de pessoas e bens, anunciados pelo Governo, dada a sua importância no escoamento da produção agrícola nas zonas rurais.
Os líderes afirmaram que a falta destes meios circulantes está a dificultar severamente a vida das populações e a comprometer o aproveitamento do potencial produtivo local. Em resposta, o Chefe do Estado garantiu que os tractores terão as características requeridas pelas comunidades e reafirmou que o seu destino será exclusivamente as zonas com maiores dificuldades logísticas.
“O tractor não é para andar na cidade, é exactamente para as zonas onde vocês pediram aqui, para levar a produção onde a nossa comunidade está a produzir e ao lado tem as pessoas a morrerem a fome porque os produtores não conseguem escoar. Vocês pediram que os tractores tenham as mesmas características, e vão ter as mesmas características conforme vocês pediram”, assegurou o Presidente Chapo, acrescentando que o Governo continuará a mobilizar mais equipamentos para responder à elevada demanda no meio rural.
O encontro, que juntou líderes comunitários de todos os distritos da Zambézia, foi parte da visita de trabalho que o Chefe do Estado realiza à província desde quinta-feira. Os representantes dos cerca de 8.500 líderes reconhecidos saudaram o Presidente da República pela forma “sábia” com que tem dirigido o país e encorajaram-no a prosseguir com firmeza nos esforços de promoção da paz e melhoria das condições de vida. No entanto, aproveitaram a oportunidade para apresentar diversas inquietações que afectam o desempenho das suas funções nas comunidades.
Entre os problemas expostos, destacam-se a falta de fardamento, o não pagamento de subsídios de funeral, o baixo valor dos subsídios actuais, a ausência de meios de transporte, a carência de centros de saúde e escolas técnico-profissionais, bem como a necessidade de mais bancos nas zonas recônditas. Foi ainda solicitado um batelão para o distrito de Inhassunge e apresentada preocupação com o conflito homem-animal, sobretudo os ataques de crocodilos que causaram a morte de dezenas de pessoas no distrito do Luabo.
O Presidente da República considerou legítimas todas as preocupações. “São preocupações legítimas, nós vamos ter que conversar e reflectir juntos. Por isso nós pedimos para termos esta nossa reunião juntos”, afirmou, valorizando a importância do diálogo directo com os líderes comunitários como forma de ouvir as realidades locais e encontrar soluções práticas.
Durante o encontro, o governante sublinhou o papel estratégico dos líderes comunitários como garantes da estabilidade, da segurança e da coesão social nas suas localidades. Apelou à vigilância contra qualquer tentativa de manipulação dos jovens para acções de vandalismo e destruição. “Quaisquer sinais estranhos nas nossas comunidades avisem-nos. Nós queremos paz, queremos segurança, queremos harmonia e convivência pacífica nas nossas comunidades para podermos continuar a desenvolver Moçambique”, apelou.
O Chefe do Estado mostrou-se solidário com os líderes comunitários que viram as suas habitações destruídas durante as manifestações violentas em algumas zonas, garantindo que o Governo está atento a essas situações. “Nós não vamos permitir que coisas como estas voltem a acontecer. Vamos continuar unidos, coesos, firmes para podermos desenvolver Zambézia”, frisou, reiterando o compromisso com a paz e a estabilidade.
O estadista destacou ainda que a realização da reunião reflecte o reconhecimento do papel central dos líderes comunitários no desenvolvimento do país. “Por isso eu pedi esta reunião, porque respeito-vos muito, considero-vos muito e acho o vosso trabalho muito importante para podermos desenvolver Moçambique”, declarou, reafirmando que as preocupações serão integradas nas agendas do Governo.
Num outro desenvolvimento, o Chefe do Estado revelou que está em curso uma reflexão institucional sobre o reforço dos poderes dos líderes comunitários, com destaque para a revitalização dos tribunais comunitários. “Estamos a fazer uma reflexão sobre o poder dos nossos líderes, que achamos que podem nos ajudar a resolver problemas nas nossas comunidades”, afirmou. “Estamos a fazer uma reflexão para devolvermos o poder ao líder”. O encontro terminou com o Presidente da República a renovar o compromisso de continuar a trabalhar em estreita colaboração com os líderes comunitários. “Nós, como Governo, ouvimos as preocupações que aparecem na mensagem. Estamos a trabalhar para melhorar estas preocupações que nos apresentaram. Vamos continuar juntos, em unidade, para desenvolver Moçambique”, concluiu.