MAPUTO, 25 DE JULHO DE 2025 – O Presidente da República, Daniel Francisco Chapo, defendeu esta quinta-feira, em Quelimane, uma abordagem integrada para impulsionar o desenvolvimento económico da Zambézia, apelando à união entre o sector público e privado para transformar os desafios em oportunidades.
Num encontro com a classe empresarial local, o Chefe do Estado reiterou o compromisso do Governo em criar condições para o crescimento das Pequenas e Médias Empresas (PME’s), dinamizar infra-estruturas como o porto de Quelimane e viabilizar grandes projectos estruturantes na província.
O encontro decorreu num formato informal de jantar de trabalho, durante o qual o Presidente Chapo sublinhou que esta é uma prática recorrente da sua governação: promover o diálogo directo com os empresários para auscultar preocupações e recolher propostas concretas. “Vamos conversando, vamos ouvindo mais desafios, preocupações, contribuições, sugestões para podermos criar um bom ambiente na província da Zambézia, um bom ambiente de negócios e desenvolvermos a nossa Zambézia”, declarou o Chefe do Estado.
Os empresários apresentaram individualmente um leque de preocupações e propostas que apontam para o aproveitamento estratégico do potencial económico da província. Destacaram-se temas como a criação de corredores de desenvolvimento, construção de barragens como a de Mugeba em Mocuba, o relançamento do porto de Quelimane, bem como a criação de uma Zona Económica Especial para atrair investimento estruturado e sustentável.
O Presidente da República destacou a importância do sector privado como motor do desenvolvimento e concordou com várias das propostas apresentadas. De forma particular, abordou a necessidade de apoiar as PMEs, que considera vitais para a criação de emprego. “A ideia das pequenas e médias empresas não é elas se manterem sempre pequenas e médias, é serem grandes. Mas para elas serem grandes precisam de ser acarinhadas e este carinho passa pela alteração da legislação”, afirmou.
O governante reconheceu que muitas PMEs encerram prematuramente devido à elevada carga fiscal e à ausência de medidas de protecção específicas. “Geralmente tratamos as pequenas e médias empresas como se fossem grandes empresas, e isto prejudica muito as pequenas e médias empresas”, disse, defendendo reformas legais que incentivem a criação, manutenção e crescimento dessas empresas, sobretudo para combater o desemprego juvenil.
Na sua intervenção colectiva, a classe empresarial enfatizou que a Zambézia possui recursos humanos qualificados graças à sua vasta rede de instituições de ensino, mas lamenta a falta de uma estratégia de desenvolvimento sinérgica e estruturada. Segundo os empresários, “não existe uma abordagem integrada, complementar, sinergética sobre o desenvolvimento da província”, o que resulta na estagnação de sectores-chave, como o agro-negócio e a logística.
Na ocasião, o estradista destacou o impacto negativo da destruição de infra-estruturas provocada por actos de vandalismo, sublinhando que a Zambézia está entre as províncias mais afectadas. “Dos cálculos que nós fizemos na Zambézia, os prejuízos são cerca de 1.5 bilião de meticais”, revelou, apelando à conjugação de esforços entre o Estado e o sector empresarial para relançar a actividade económica.
A educação também foi tema de reflexão. O Chefe do Estado defendeu a necessidade de investir nos valores éticos e cívicos das novas gerações, promovendo a disciplina, o patriotismo e a valorização do ensino. “Temos que trabalhar para introduzir a educação patriótica, a educação cívica, moral nas escolas para que os nossos filhos possam realmente perceber o valor da educação”, afirmou, sublinhando ainda a importância de motivar professores e educadores em todos os níveis. O Presidente Daniel Chapo reafirmou ainda que a criação do Banco de Desenvolvimento está em curso e que a proposta da Lei do Conteúdo Local será aprovada com o rigor necessário para beneficiar efectivamente os empresários nacionais. “Estamos a dar passos firmes, seguros que vão nos levar a ter este banco de desenvolvimento”, disse, garantindo que todas as contribuições recolhidas no encontro serão integradas nas estratégias de recuperação e crescimento da economia provincial.