MAPUTO, 02 DE JULHO DE 2025 – O Presidente da República, Daniel Chapo, declarou que a participação de Moçambique na IV Conferência das Nações Unidas sobre Financiamento para o Desenvolvimento, encerrada esta Quarta-feira em Sevilha, Espanha, resultou num “grande sucesso” ao permitir ao país reforçar a sua posição no debate global sobre financiamento sustentável, estreitar laços com parceiros estratégicos e mobilizar apoio para projectos estruturantes de desenvolvimento.

Ao fazer o balanço da visita, o Chefe do Estado explicou que a delegação moçambicana teve uma intervenção destacada nos debates multilaterais da conferência, onde defendeu uma nova arquitectura financeira global mais inclusiva e equitativa. “Reforçamos a necessidade de uma arquitectura financeira global, uma nova arquitectura mais inclusiva, com melhor acesso ao financiamento e maior equidade nas oportunidades para os países em desenvolvimento”, afirmou, destacando a recente aprovação do Plano Estratégico de Desenvolvimento 2025–2044 como guia de longo prazo para o país.

O Presidente Chapo participou igualmente na mesa-redonda sobre financiamento privado, onde defendeu a complementaridade entre financiamento público e investimento do sector privado para acelerar o alcance dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). “Estamos a trabalhar neste momento até as reformas da legislação para criarmos melhor ambiente de negócio em Moçambique”, disse, realçando a importância da responsabilidade social e do conteúdo local nas parcerias com investidores.

Entre os contactos bilaterais de alto nível, destacaram-se os encontros com o Presidente do Banco Mundial, Ajay Banga; Director Adjunto de Gestão do Fundo Monetário Internacional (FMI),Nigel Clarke; o Presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Akinwumi Adesina; e o Presidente do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), Alvaro Lario, que manifestaram interesse em apoiar Moçambique e visitar o país ainda este ano.

A delegação reuniu-se também com o Presidente da Comissão Europeia, António Costa, com quem discutiu os principais desafios e oportunidades do desenvolvimento nacional.

Outro destaque foi o encontro com o Presidente da plataforma Africa50, Alain Ebobissé, “um braço financeiro que ajuda os países africanos a conceberem, estruturarem e financiarem projectos”, segundo explicou o estadista. Este parceiro deverá realizar um fórum em Moçambique, onde serão apresentados os principais projectos estratégicos do país.

Moçambique participou ainda no fórum empresarial paralelo à conferência, abordando temas como financiamento climático, soluções lideradas pelos países em desenvolvimento e mecanismos financeiros inovadores.

No plano bilateral, a visita à Espanha incluiu audiências com o Rei Felipe VI, o Presidente do Governo da Espanha, Pedro Sánchez Pérez-Castejón, e com o antigo Presidente do Governo José Luis Zapatero, com os quais se abordou o fortalecimento das relações históricas entre os dois países. Foi acordada a realização, ainda este ano, de um Fórum Económico Moçambique-Espanha, com envolvimento do sector privado moçambicano e das Câmaras de Comércio de ambos os países.

O Chefe do Estado sublinhou também a importância da parceria com a Junta de Andaluzia, sobretudo no sector do turismo. Reafirmou a intenção de reactivar a Escola de Hotelaria e Turismo de Andaluzia, em Maputo, que no passado formou quadros altamente qualificados para o sector. “Não podemos fazer o turismo sem recursos humanos qualificados”, disse, acrescentando que a cooperação se estende também às pescas, com empresas espanholas a operarem no país.

A Conferência de Sevilha permitiu ainda promover Moçambique como destino de investimento nos sectores de energia e recursos minerais. O Presidente da República destacou projectos como a segunda fase da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), a central de Temane e as centrais solares de Mocuba e Metoro, bem como o papel do país como fornecedor regional de energia. “Temos portos, corredores de desenvolvimento e uma localização estratégica”, disse, apelando à aceleração das reformas para facilitar o comércio e o investimento. No fim do balanço, o Presidente Daniel Chapo sublinhou que os compromissos assumidos em Sevilha, incluindo a aprovação do Compromisso de Sevilha, terão impacto directo na melhoria das condições de vida da população. “O nosso objectivo fundamental é criar melhores condições de vida para o povo moçambicano […], com mais escolas, mais hospitais, mais estradas, mais água, mais energia, mais medicamentos, mais livros escolares para as nossas crianças”, declarou.

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