
MAPUTO, 26 DE MAIO DE 2025 – O Presidente da República, Daniel Chapo, iniciou esta Segunda-feira (26) a sua Visita de Trabalho à província de Gaza, alertando que Moçambique não pode ser construído com base no ódio, na violência ou na destruição, mas sim com amor, diálogo e trabalho colectivo.
“Temos que falar da paz, do amor, da harmonia, de comunhão entre moçambicanos, porque é isto que vai desenvolver Moçambique”, afirmou o Chefe do Estado num comício popular no distrito de Chongoene, onde reiterou que a diferença de pensamento não deve dividir o povo, mas sim fortalecê-lo.
O estadista reafirmou que a sua governação será marcada por uma escuta activa das populações e uma maior proximidade com os cidadãos. “Vamos continuar a conversar com muita gente para ouvir as preocupações do povo”, disse, recordando o compromisso assumido aquando da sua tomada de posse. Explicou que a deslocação a Gaza tem também o objectivo de agradecer pessoalmente à população pela confiança demonstrada nas eleições de Outubro de 2024, nas quais foi eleito Presidente da República.
Durante o comício, o Presidente Chapo manifestou preocupação com os episódios de instabilidade que têm caracterizado o período pós-eleitoral no país, advertindo que tais situações comprometem o desenvolvimento nacional.
“Há coisas que foram destruídas: bens públicos e privados, que não têm nada a ver com as eleições. A escola que o governo construiu é para o povo, mas foi destruída. Hospital, quando o governo constrói, é para o povo, mas foi destruído”, lamentou, referindo-se aos actos de vandalismo que se seguiram ao escrutínio do ano passado.
O Presidente da República alertou que o país não pode continuar a viver ciclos de contestação e violência sempre que se realizam eleições. “Nós, como moçambicanos, precisamos ultrapassar este momento em que temos eleições e aparecem sempre pessoas a alegar resultados para fazer confusão”, afirmou, sublinhando que “em política não pode haver inimigos, só adversários”. Para o chefe do estado, o comportamento democrático deve incluir o respeito pelo desfecho eleitoral e a convivência pacífica entre diferentes correntes de pensamento.
Apelando à coesão social, o governante frisou que a construção de um país desenvolvido passa, antes de tudo, pela promoção da paz e do respeito mútuo. “Se você semear violência, vai colher violência. Se você semear o amor, vai colher o amor. A mensagem que nós queremos deixar hoje é que como moçambicanos temos que nos amar uns aos outros”, declarou, destacando que este sentimento começa no seio familiar e deve irradiar por todo o país.
Ademais, o Presidente da República recordou também o lançamento da Chama da Unidade, ocorrido a 7 de Abril em Cabo Delgado, no âmbito das celebrações dos 50 anos da independência nacional. Segundo explicou, este símbolo traduz a determinação do povo moçambicano em manter-se unido e coeso.
“Este símbolo que mostra o povo unido é um símbolo do Rovuma ao Maputo, do Zumbo ao Índico”, afirmou, lembrando que a Chama da Unidade será acolhida no Estádio da Machava a 25 de Junho próximo, durante as festividades oficiais da independência.
O Chefe do Estado fez questão de sublinhar que, apesar dos progressos registados ao longo dos últimos 50 anos, ainda há muitos desafios por vencer. “Com isso não queremos dizer que está tudo feito, porque quando se resolve uma preocupação surge outra”, disse, reconhecendo as dificuldades relatadas pela população de Chongoene e da província de Gaza no geral.
Para responder a esses desafios, o estadista apelou ao trabalho e envolvimento de todos os moçambicanos, destacando o papel da produção agrícola, do comércio informal e do esforço individual como motores do crescimento. “Cada um de nós tem que fazer a sua parte para desenvolvermos Moçambique. […] Trabalhar honestamente é o caminho para sairmos da pobreza e construirmos um futuro melhor”, reforçou. Ao terminar o comício, o Presidente da República reiterou que a construção de infra-estruturas, a geração de emprego e a melhoria das condições de vida só serão possíveis num ambiente de estabilidade e concórdia nacional.