
MAPUTO, 18 DE MAIO DE 2025 – O Presidente da República, Daniel Chapo, destacou este sábado, em Maputo, o contributo determinante do Banco de Moçambique e da moeda nacional, o Metical, para a consolidação da soberania e identidade económica do país, ao discursar na cerimónia oficial do 50.º aniversário do Banco Central e dos 45 anos da criação do Metical.
O Chefe do Estado proclamou o início do “Ano do 50.º Aniversário do Banco de Moçambique e do 45.º Aniversário do Metical”, considerando esta dupla efeméride como “dois marcos fundamentais da nossa história económica e institucional”.
Na sua intervenção de ocasião, o Presidente Chapo fez uma retrospectiva da trajectória do Banco de Moçambique desde a sua fundação, poucos dias antes da independência nacional, e sublinhou a ligação indelével entre o nascimento da instituição e o processo de autodeterminação do país. “São marcos históricos que caminham, lado a lado, com os 50 anos da nossa independência nacional, quando rompemos com 500 anos de colonialismo, para erguer um Moçambique livre e soberano”, afirmou.
O estadista moçambicano recordou que a criação do banco central foi estabelecida nos Acordos de Lusaka, assinados em 1974, que definiram a transferência dos activos do então Banco Nacional Ultramarino para a nova instituição nacional. “Por isso, é sempre uma honra testemunhar, não apenas a longevidade de uma instituição, mas a história viva de uma nação que se ergue, pedra a pedra, de forma inabalável”, acrescentou.
O Presidente da República destacou ainda o simbolismo da introdução do Metical, em 1980, como expressão da emancipação económica e cultural do país. “O Metical não carregava apenas o valor de câmbio, mas o valor inestimável da nossa liberdade, da nossa cultura, da nossa dignidade como um povo”, disse, enaltecendo o papel do banco central na defesa do valor da moeda e na estabilização do sistema financeiro, mesmo em períodos de grande turbulência.
Ao longo do seu discurso, o governante prestou homenagem aos antigos Governadores e Vice-Governadores do Banco de Moçambique, citando nomes como Alberto Cassimo, Sérgio Vieira, Prakash Ratilal, Eneas Comiche, Adriano Maleiane e Ernesto Gove, entre outros. “Vocês não estavam apenas a cuidar de contas; estavam a forjar a nossa independência económica”, sublinhou, apelando para que o exemplo desses dirigentes continue a inspirar a instituição.
O Presidente Chapo apontou diversos avanços promovidos pelo Banco de Moçambique, como a liberalização cambial, a promoção da inclusão financeira, o reforço da supervisão bancária e a modernização tecnológica, com destaque para a introdução da SIMOrede. Saudou ainda a contribuição do banco na criação e gestão do Fundo Soberano do país e os seus esforços de responsabilidade social, como a construção das Praças do Metical e centros culturais.
Apesar dos desafios enfrentados ao longo das décadas, como crises financeiras, choques externos e dívidas avultadas, o estadista reconheceu o papel do Banco de Moçambique na preservação da estabilidade macroeconómica e na credibilização da política monetária. “O Banco de Moçambique tem desempenhado, com excelência, o seu papel fundamental de preservação do valor da moeda nacional”, afirmou.
O Chefe do Estado apelou a uma nova etapa de transformação e inovação. “O sonho do Metical que queremos: um Metical cada vez mais forte, cada vez mais digital”, referiu, defendendo o uso de tecnologias emergentes, a promoção de pagamentos instantâneos e a expansão do acesso aos serviços financeiros em todas as regiões do país. No fim, reafirmou o apoio do Governo ao Banco de Moçambique nos pilares da estabilidade, inclusão e sustentabilidade financeira. “Um Metical forte para uma Moçambique forte; um Banco de Moçambique visionário para um país em ascensão”, concluiu.