MAPUTO, 17 DE MAIO DE 2025 – O Presidente da República e Comandante-Chefe das Forças de Defesa e Segurança (FDS), Daniel Chapo, instou hoje, em Maputo, a Polícia da República de Moçambique (PRM) a protagonizar “mudanças profundas” que espelhem os 50 anos da sua existência, diante dos novos desafios de segurança pública e criminalidade organizada.

Falando durante a cerimónia central das celebrações das bodas de ouro da PRM, o Chefe do Estado saudou o empenho dos agentes da corporação e apelou a uma actuação cada vez mais humanizada e próxima da comunidade.

“É com muita satisfação que recebemos o Alto Comando da nossa Polícia, por ocasião da celebração do Dia da Polícia da República de Moçambique, que se assinala hoje, dia 17 de Maio”, declarou o Presidente Chapo, agradecendo ainda “pelas palavras de conforto e de encorajamento” que lhe foram dirigidas pela PRM, que reconheceu o seu papel na condução dos destinos do país rumo à paz, unidade nacional e desenvolvimento.

O Comandante-Chefe das FDS saudou todos os membros da PRM, desde os que hoje garantem a ordem pública, “faça chuva, faça vento, faça frio ou faça calor”, até aos oficiais na reserva, cuja entrega no passado contribuiu para a construção da actual corporação. Destacou igualmente os agentes que combatem o terrorismo no norte do país, da Força Local e de tropas de países amigos.

O governante fez uma retrospectiva do percurso da Polícia desde 1974, com a criação do Corpo de Polícia de Moçambique, passando pela Polícia Popular de Moçambique (PPM), em 1979, até à actual PRM, formalmente instituída em 1992, à luz da nova Constituição democrática. Sublinhou que este trajecto deve ser preservado e amplamente divulgado: “É tempo de a Polícia da República de Moçambique ter a sua rica história devidamente documentada em livros, vídeos, músicas e peças teatrais”.

O estadista destacou que a transição democrática trouxe novos desafios à corporação, exigindo adaptação ao respeito pelos direitos fundamentais. Advertiu, contudo, que onde termina o direito de um começa o direito do outro moçambicano, apontando que alguns confundem liberdade com libertinagem, pondo em risco a ordem pública e o bem-estar comum.

Referindo-se ao aumento da criminalidade organizada e transnacional — raptos, tráfico de drogas, pessoas, órgãos humanos, entre outros — o Presidente da República alertou que é necessário “fazer coisas diferentes para obter resultados diferentes” e apelou ao reforço das capacidades operacionais, éticas e técnicas da corporação para responder às novas exigências.

“A maioria dos integrantes da polícia são profissionais, honestos e íntegros. Mas também sabemos que existem na corporação alguns que agem de forma contrária […]. Estes poucos fazem com que, algumas vezes, a nossa Polícia seja vista e conotada como o ‘rosto’ mais visível da corrupção. Esta imagem deve mudar!”, frisou o estadista, apelando a uma formação contínua baseada em ética, integridade, responsabilidade e competência.

Na mesma cerimónia, o alto Comando da PRM saudou o Comandante-Chefe por aceitar o desafio de liderar a nação num momento complexo, reiterando o seu compromisso de combater a desordem pública, terrorismo, imigração ilegal, sinistralidade rodoviária e outras ameaças que comprometem a segurança nacional. Reafirmou ainda a consciência de que “a segurança é um factor importante para o desenvolvimento do país”. No fim do discurso, o Presidente Chapo saudou o lema escolhido para a efeméride — “PRM, 50 Anos Aprimorando Estratégias de Ligação Polícia-Comunidade, Face aos Desafios da Manutenção da Ordem e Segurança Públicas” — e destacou que a aproximação da Polícia ao cidadão é o caminho para construir “um Moçambique seguro, unido, coeso, em paz, desenvolvido e próspero”.

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