MAPUTO, 30 DE ABRIL DE 2025 – O Presidente da República, Daniel Chapo, anunciou hoje o início da fase operativa do Compromisso Político para um Diálogo Nacional Inclusivo, após a aprovação, por unanimidade e aclamação, dos três instrumentos essenciais que vão guiar o processo: o Plano de Acção, os Termos de Referência para a selecção de representantes da sociedade civil e o Regulamento de Funcionamento da Comissão Técnica.

“Chegamos à conclusão que aquilo que era da responsabilidade do Chefe do Estado foi feito”, declarou o Chefe de Estado, sublinhando que o país entra agora numa etapa decisiva para envolver todos os moçambicanos no debate sobre o futuro político e social da nação.

As declarações foram prestadas à imprensa após mais uma ronda do diálogo político realizada no Gabinete da Presidência da República, com a presença de todos os signatários do Compromisso Político para um Diálogo Nacional Inclusivo. O estadista recordou que, conforme previsto no Compromisso assinado a 5 de Março último, cabia ao Chefe do Estado submeter o compromisso à Assembleia da República, o que foi feito com sucesso. “Foi aprovado por unanimidade e aclamação, portanto, por todos os deputados da Assembleia da República e todas as bancadas”, disse.

O Presidente Chapo informou que, após a aprovação, promulgou e mandou publicar a Lei que institucionaliza o Compromisso para um Diálogo Nacional Inclusivo, cumprindo integralmente as obrigações legais da sua parte. “Promulgámos a Lei e mandámos publicar”, declarou, referindo que só após essa formalização foi possível convocar o encontro desta Quarta-feira para avaliar os progressos e delinear os próximos passos.

O governante revelou que a Comissão Técnica, órgão criado no âmbito do compromisso, elaborou os três instrumentos estruturantes que foram submetidos à apreciação dos participantes. O primeiro foi o Plano de Acção, que define o cronograma e a metodologia de trabalho para os próximos anos. “Achamos que a base para um Plano de Acção estava, portanto, elaborada […], e havia necessidade de aprovarmos o Plano de Acção”, explicou.

O segundo documento aprovado foram os termos de referência para a seleção de personalidades da sociedade civil que integrarão o processo. O Presidente Chapo lembrou que o acordo estipula a inclusão de “pelo menos três personalidades da sociedade civil de reconhecido mérito, responsabilidade e competência”, cuja selecção será orientada por critérios claros e previamente acordados. Estes termos também foram aprovados por consenso.

O terceiro instrumento foi o regulamento de funcionamento da Comissão Técnica, que define a sua estrutura interna, procedimentos e competências. Durante a análise, foi introduzida uma única alteração de fundo: a substituição da figura de “fiscal” pela de “vice-relatora”, passando a fiscalização a ser exercida de forma colegial pelos quatro membros da chefia — presidente, vice-presidente, relator e vice-relator. “Achamos que devia sair a figura de fiscalização […] com competências exercidas pela chefia da Comissão Técnica”, afirmou.

O Presidente da República sublinhou que esta mudança segue o padrão de outras comissões nacionais, como a Comissão de Reflexão sobre o Modelo de Governação Descentralizada (CREMOD), e visa garantir maior equilíbrio e responsabilidade partilhada na condução dos trabalhos técnicos. O novo regulamento, já com essa correcção, foi igualmente aprovado por unanimidade pelos representantes presentes.

O Chefe de Estado classificou o encontro como produtivo e marcante, pois além de fazer o balanço dos passos dados desde Março, permitiu consolidar o entendimento entre as partes envolvidas e reafirmar o compromisso com a continuidade do processo. “Foi feita esta análise durante este período, que foi feita do dia 5 de Março até hoje”, referiu.

O Presidente Chapo frisou que o grande objectivo do diálogo nacional é assegurar um debate profundo e inclusivo em todo o país, com a participação activa de todos os sectores da sociedade. “Este diálogo nacional, inclusivo, possa acontecer do Rovuma ao Maputo, a todos os níveis, todos os estratos sociais possam participar […] ”, disse, apontando a construção de consensos duradouros como base para a estabilidade. No fim das suas declarações, o estadista agradeceu às lideranças políticas e candidatos às últimas eleições pela colaboração no processo, destacando o papel de todos na promoção da paz e da reconciliação. “Queremos consolidar a paz, consolidar a reconciliação e também a harmonia entre a sociedade moçambicana. O nosso objectivo é, unidos, do Rovuma ao Maputo, debatermos Moçambique para que possamos desenvolver este nosso país em paz, em harmonia e em segurança”, concluiu.

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