MAPUTO, 24 DE ABRIL DE 2025 – O Presidente da República, Daniel Chapo, reiterou hoje, a partir do distrito de Mutarara, província de Tete, a necessidade de cultivar a paz, o amor ao próximo e o diálogo como pilares fundamentais para o desenvolvimento e a coesão nacional. Durante um comício popular inserido na sua visita de trabalho à região, o Chefe de Estado condenou as manifestações violentas que abalaram algumas zonas do país e apelou à participação activa e pacífica de todos os cidadãos no processo de diálogo nacional inclusivo.

Num tom pedagógico, o estadista exaltou os progressos alcançados desde a independência nacional, sublinhando que “durante estes 50 anos da nossa independência, houve muitas realizações”. Reagindo às vozes críticas que questionam os ganhos do país, o estadista foi categórico: “há pessoas que aparecem a dizer que durante estes 50 anos não se fez nada. Não é verdade. Ainda falta muita coisa para fazer, mas também fez-se muita coisa”.

Para ilustrar o percurso de Moçambique, o Presidente da República recorreu a exemplos locais e históricos. “Aqui em Mutarara, onde estamos, não havia nem um médico sequer, nem um enfermeiro sequer. Quando fomos independentes, em 1975, médicos moçambicanos, do Rovuma ao Maputo, não chegavam cinco. Hoje […] ninguém sabe dizer quantos médicos temos aqui em Tete, para não falar Moçambique”. Também destacou o avanço na electrificação: “Hoje que estamos a falar, todos os distritos da província de Tete têm energia eléctrica. Todos os distritos de Moçambique têm energia eléctrica”.

O governante apontou ainda progressos significativos na educação. “Quando ficámos independentes em 1975, 97 por cento da população moçambicana não sabia ler, nem escrever. Hoje, a maioria do povo moçambicano sabe ler e escrever.” Acrescentou que o país passou de uma única universidade para mais de 50 instituições de ensino superior.

Apesar dos avanços, o estadista reconheceu que subsistem desafios, entre os quais a transparência na distribuição da ajuda alimentar em tempos de escassez e fome. Referindo-se a queixas da população de Mutarara, afirmou: “Vamos trabalhar para haver transparência na distribuição das coisas que são para o povo.” Apontou igualmente para a necessidade de melhorar a gestão do Fundo de Desenvolvimento Local, garantindo que os recursos cheguem efectivamente aos que mais precisam.

O Chefe de Estado aproveitou a ocasião para repudiar veementemente a violência nas manifestações pós-eleitorais, elogiando o comportamento cívico dos jovens de Mutarara, que se distanciaram de actos destrutivos. “A violência, o ódio, não constroem, só destroem”, alertou, acrescentando: “na política não existem inimigos, existem adversários.”

Outrossim, lamentou o histórico de violência eleitoral no país, observando que “desde 1994, o país nunca teve eleições pacíficas”. Criticou a postura de actores políticos que, segundo ele, planificam manifestações antes mesmo do anúncio dos resultados. “Nunca houve uma única eleição sequer que terminou e aquele que perdeu reconheceu, ligou para o vencedor, desejou parabéns”.

No encerramento do comício, o Presidente Chapo reforçou a importância do diálogo inclusivo, lembrando que o Executivo está empenhado em liderar este processo com partidos representados nos diferentes níveis do poder legislativo e não só. Por fim, apelou à unidade nacional e ao envolvimento activo da população na construção de um futuro comum: “Vamos construir Moçambique, vamos construir Tete, vamos construir Mutarara, e não destruir Moçambique com discursos de ódio, violência. Há pequeno problema? Temos que conversar”.

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