MAPUTO, 17 DE ABRIL DE 2025 – O Presidente da República, Daniel Chapo, destacou esta quinta-feira, em comício popular realizado na localidade de Guma, distrito da Massinga, província de Inhambane, que a paz, a reconciliação e o diálogo inclusivo são pilares fundamentais para o desenvolvimento de Moçambique. No último dia da sua visita de trabalho de três dias à província, o Chefe de Estado reiterou o seu compromisso com o bem-estar de todos os moçambicanos, sem distinção, e apelou ao combate à violência, à corrupção e ao discurso de ódio.

Num gesto simbólico carregado de significado, o Presidente da República iniciou a sua intervenção libertando dois pombos brancos, como expressão do seu apelo à paz e à unidade nacional. “Nós decidimos que vamos fazer tudo por tudo para que haja paz em Moçambique, para o povo viver em paz”, declarou, perante populares que acorreram ao local do comício.

O estadista sublinhou que não podia terminar a sua deslocação a Inhambane sem visitar Massinga, o maior círculo eleitoral da província, para agradecer pelo voto de confiança que lhe foi atribuído nas eleições de 9 de Outubro de 2024. Condenou, no entanto, com veemência, os actos de violência que se seguiram ao anúncio dos resultados eleitorais. “Não se constrói um país com violência, com ódio”, afirmou, defendendo que “em política não há inimigos, apenas há adversários”.

Outrossim, lamentou a destruição de bens públicos e privados durante os protestos, destacando o impacto negativo de tais actos para o desenvolvimento do país. “Não temos outro país, nosso país é Moçambique, e não podemos destruir aquilo que foi construído com muito sacrifício, porque amanhã vamos precisar”, advertiu.

Durante o seu discurso, o Presidente Chapo enalteceu os avanços no diálogo político em curso, que já resultou num documento convertido em lei e que vai guiar o processo de reconciliação nacional. “Cada um de nós tem que fazer a sua parte lutando contra a violência, contra o discurso de ódio e promover a paz, o perdão, a reconciliação, o amor entre irmãos, porque só assim é que vamos construir Moçambique, com paz, com harmonia, com segurança, com amor entre irmãos”, declarou, sublinhando que esta mensagem deve começar em casa e estender-se a todo o país.

O estadista partilhou ainda avanços na criação de um fundo específico para apoiar iniciativas de desenvolvimento económico local, com destaque para os jovens e mulheres. Encorajou a população a abraçar estas oportunidades como formas de dinamizar o crescimento das comunidades. Apontou também o agro-processamento como uma área estratégica que poderá beneficiar de novas linhas de financiamento.

A par disso, denunciou práticas ilícitas nas unidades sanitárias, como cobranças a parturientes, e reiterou o seu compromisso em continuar a premiar os bons profissionais da função pública. “Precisamos de uma função pública que serve bem o povo”, afirmou.

A população local aproveitou a ocasião para apresentar várias preocupações, entre as quais se destacam a necessidade de mais furos de abastecimento de água, expansão da rede eléctrica, melhoria das vias de acesso e a abertura de linhas de financiamento para o agro-processamento. Foi ainda levantada a questão das discrepâncias nos pagamentos das pensões aos antigos combatentes, esperando-se melhorias nos próximos tempos. O Presidente da república terminou a sua intervenção com uma referência ao jubileu de ouro da independência nacional, a ser celebrado a 25 de Junho, convidando todos os moçambicanos a celebrar esta data histórica com entusiasmo. Assinalou que as celebrações já começaram com a passagem da Chama da Unidade Nacional, que percorreu todos os distritos de Cabo Delgado e se encontra agora na província do Niassa. “Vamos continuar a trabalhar. Moçambique vai desenvolver com paz, harmonia e segurança”, concluiu.

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