
MAPUTO, 11 DE ABRIL DE 2025 – O Presidente da República, Daniel Chapo, relançou hoje, no Porto de Maputo, os serviços de cabotagem marítima em Moçambique com a entrada em operação de dois navios de grande porte, adquiridos por parceiros privados, que vão assegurar o transporte regular de mercadorias entre os principais portos nacionais.
A iniciativa, inserida no Plano dos Primeiros 100 Dias de Governação, marca um passo estratégico na modernização da logística nacional, redução da pressão sobre as estradas e fortalecimento da economia azul.
“É com elevada satisfação e profundo sentido de responsabilidade que estamos, hoje, aqui no Porto de Maputo, para o relançamento oficial dos serviços de cabotagem marítima na costa e Portos de Moçambique”, declarou o Chefe de Estado no seu discurso. O acto simboliza uma viragem estratégica na política nacional de transportes, com a aposta na cabotagem como alternativa sustentável ao transporte rodoviário de mercadorias.
As novas embarcações, devidamente licenciadas pela Autoridade Reguladora do Transporte Marítimo (TRANSMAR), incluem um navio de carga geral de 120 metros de comprimento, com capacidade para transportar mais de 9 mil toneladas — o equivalente a 250 camiões — e um navio porta-contentores de cerca de 80 metros, com capacidade para 144 TEUs (unidades equivalentes a contentores de 20 pés). Ambas reforçam as operações dos portos de Maputo, Beira, Nacala e Pemba.
O Presidente da República destacou o papel do sector privado nesta iniciativa, sublinhando que “os navios que temos o privilégio de apresentar publicamente sinalizam uma nova abordagem do Governo de incentivar o sector privado para apostar na cabotagem marítima e na logística como num negócio seguro”. Referiu que a transformação do Ministério dos Transportes e Comunicações em Ministério dos Transportes e Logística reflecte esta nova visão estratégica.
O navio PRINCE, pertencente à Moçambique Dugongo, junta-se a outra embarcação da mesma empresa, adquirida em Fevereiro de 2024, com capacidade superior a 10 mil toneladas. Estas unidades, além de cimento e clinquer, irão transportar outras mercadorias, incluindo medicamentos, livros escolares e cargas diversas para diferentes operadores económicos nacionais.
Também lançado hoje, o navio da empresa CIVITAS PARTNER GROUP, com capacidade para cerca de duas mil toneladas, passa a operar na rota Maputo/Nacala, transportando bens de consumo de primeira necessidade, artigos escolares, material de construção e até viaturas. Este reforça a presença do grupo na zona norte, onde já opera com dois navios de mil toneladas cada.
“A cabotagem marítima desempenha um papel fundamental no impulso da economia, pois promove maior eficiência no transporte de mercadorias, reduz custos de logística e estimula o desenvolvimento de sectores estratégicos”, sublinhou o Chefe de Estado, referindo-se a impactos como geração de empregos, sustentabilidade ambiental e dinamização do comércio interno.
O estadista reiterou que “precisamos acarinhar o sector privado para cada vez mais investir na aquisição de navios para ancorar a logística nacional na cabotagem marítima”, permitindo, por exemplo, o escoamento de cereais produzidos no centro e norte do país para o sul, combatendo os efeitos das secas cíclicas. O Presidente Chapo exortou os intervenientes do sector marítimo a “propor medidas concretas e facilitadoras” para a remoção de barreiras ao negócio e assegurou que o Governo continuará a criar incentivos, como redução de taxas portuárias e prioridade na operação de navios de cabotagem. “Logística é negócio”, concluiu, encorajando mais investidores a aderirem à revitalização da cabotagem marítima nacional.