
MAPUTO, 07 DE ABRIL DE 2025 – Os olhos do país estiveram virados esta segunda-feira para Nangade, distrito da província nortenha de Cabo Delgado, onde o Presidente da República, Daniel Chapo, dirigiu as celebrações centrais do Dia da Mulher Moçambicana, marcadas também pelo lançamento oficial da marcha da Chama da Unidade Nacional. O acto assinala o início das comemorações do Jubileu de Ouro da Independência Nacional, que culminarão no dia 25 de Junho em Maputo.
Ao discursar no comício popular que assinalou a efeméride, o Chefe de Estado destacou o simbolismo de Nangade como local do nascimento da Chama da Unidade, num momento em que o país celebra “50 anos, empoderando a mulher, construindo a igualdade de género”.
O Chefe de Estado felicitou a mulher moçambicana pelo seu dia, enaltecendo o papel que desempenha na sociedade. “Parabéns à Mulher Moçambicana do Rovuma ao Maputo!”, exclamou, sublinhando que “educar uma mulher é educar uma nação”. Lembrou ainda que o 7 de Abril é uma homenagem à heroína nacional Josina Machel e à luta feminina na história da independência, destacando a criação do Destacamento Feminino e da organização da mulher Moçambicana (OMM).
O Presidente Chapo destacou avanços significativos no empoderamento da mulher desde a independência, citando conquistas como a redução da mortalidade materna, o aumento do acesso feminino à educação, e a presença marcante de mulheres em cargos de decisão. “Na área da Educação […] a taxa de participação das raparigas é de 49,9 por cento. Estamos a caminhar para 50 por cento raparigas, 50 por cento rapazes”, apontou.
A cerimónia foi também marcada pelo acender da Chama da Unidade Nacional, que percorrerá todas as províncias até Maputo. O Presidente da República explicou que este acto representa uma “mensagem de coesão e de diálogo inclusivo”, e convidou todas as forças vivas da sociedade moçambicana a participarem neste processo. “Vamos todos trabalhar, homens e mulheres, para este desiderato”, apelou.
No seu discurso, o governante evocou os desafios recentes enfrentados pelo país, como o terrorismo em Cabo Delgado, as calamidades naturais e as manifestações violentas, realçando que “a Chama da Unidade apresenta-se como uma decisão sábia do Governo”, em resposta ao desejo nacional de consolidação da paz e da unidade.
Ao lado de líderes de vários partidos políticos, incluindo signatários do Compromisso para o Diálogo Nacional Inclusivo, o estadista destacou que este processo visa envolver todos os moçambicanos, “desde os antigos candidatos presidenciais até às comunidades nas povoações”, e já foi aprovado por unanimidade pela Assembleia da República.
Durante os 79 dias da marcha da Chama da Unidade, espera-se que cada província a receba com “vibração, euforia e festa”, independentemente das diferenças políticas. O Chefe de Estado sublinhou que “os interesses do povo moçambicano […] estão acima dos interesses partidários”, saudando a presença dos líderes partidários como “um gesto de compromisso com a causa nacional”. Por fim, o Presidente da República exortou os moçambicanos a fazerem de cada dia, até ao final de 2025, uma celebração do Jubileu da Independência. “Foi graças à Independência Nacional que hoje, orgulhosamente, nos chamamos moçambicanos”, afirmou, encorajando todos a continuarem a construir os alicerces da Independência Económica através do trabalho, da união e do patriotismo.