PR entrega Tribunal Judicial para consolidar legalidade em Cabo Delgado

Data: 09/10/2023
 
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Pemba (Moçambique), 09 de Outubro de 2023 – Um novo edifício onde vai funcionar o Tribunal Judicial da Cidade de Pemba, em Cabo Delgado, fori hoje inaugurado pelo Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, como resultado da materialização da iniciativa presidencial “Um distrito, um edifício condigno para o tribunal”. 

É uma imponente infra-estrutura que vai garantir e consolidar a legalidade, assegurar os direitos e liberdades dos cidadãos e os interesses jurídicos dos diferentes órgãos e entidades com existência legal naquela cidade.

“Neste edifício vão trabalhar homens e mulheres que ao longo dos anos trabalhavam em condições precárias e difíceis”, disse o estadista, em cerimónia inaugural sublinhando que a melhoria das condições de trabalho dos servidores públicos é uma obrigação do Estado, mas ao mesmo tempo um incentivo para que o bem servir ao cidadão passe a ser uma marca de todas as instituições públicas.

Ainda segundo o Presidente da República, ao apostar na criação de boas condições de trabalho, o seu Governo pretende que os magistrados, funcionários e utentes transformem os edifícios dos tribunais em locais onde a justiça resida, e onde as pessoas são bem atendidas, e, as decisões tomadas, além de céleres, são justas.

Tendo o Tribunal Judicial da Cidade de Pemba sido instalado numa região que é de risco face ao terrorismo que assola alguns distritos da província de Cabo Delgado desde Outubro de 2017, o Chefe de Estado e mais alto magistrado da nação fez um paralelismo entre este fenómeno e os direitos humanos.

“O terrorismo é um acto cruel que não deixa às vítimas quaisquer possibilidades de defesa ou protecção perante a sua arbitrariedade e imprevisibilidade. O terrorismo constitui uma afronta brutal aos direitos humanos e aos princípios de direitos humanitários”.

Perante esta situação, o estadista diz haver, por um lado, o direito da população de ver reforçada a sua segurança, e, por outro, o direito à protecção dos direitos humanos fundamentais, que deve ser assegurado para todos, incluindo nos alegados terroristas.

“Por isso, há que estabelecer um equilíbrio entre os direitos humanos das vítimas e dos suspeitos do terrorismo, e ainda os direitos dos cidadãos em geral. Esse é um grande desafio da justiça. Com efeito, situações há em que as medidas tomadas para prevenir ou reprimir actos terroristas acabam afectando e restringindo os direitos e liberdades dos demais concidadãos”, adverte.

Assim, segundo o mais alto magistrado da nação, o combate ao terrorismo deve ocorrer no pleno respeito e harmonia pelo primado da lei. Por conseguinte, os tribunais judiciais devem penalizar as violações da legalidade e decidir pleitos de acordo com o estabelecido na lei, ao mesmo tempo que eduquem os cidadãos no cumprimento voluntário das leis. Com isto, o Chefe de estado sublinha que os tribunais judiciais têm um papel central a desempenhar nas zonas de risco, no confronto entre o terrorismo e os direitos humanos.

“Este tribunal encontra-se na zona de risco, do corredor do terrorismo ou mesmo do tráfico de drogas. Então, a matéria de ensinar como as pessoas devem-se portar vai ser basilar para os nossos irmãos que vão trabalhar aqui”.