Cooperação com os BRICS configura mais valia para o desenvolvimento do continente africano
Maputo, 25 de Agosto de 2023 – O Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, defende que a iniciativa de cooperação dos países que fazem parte dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, e África do Sul), com países não BRICS, como Moçambique, aliada a sua expansão, configura uma mais valia para a materialização das iniciativas africanas reflectidas nas agendas 2063 para o desenvolvimento de África, em consonância com as agendas das comunidades regionais.
Falando no “Diálogo dos Líderes Amigos dos BRICS”, realizado em Joanesburgo, República da África do Sul, no âmbito 15ª Cimeira da agremiação, o Chefe do Estado salientou que Estes desenvolvimentos só serão possíveis com a paz e estabilidade no continente africano.
O Presidente Nyusi destacou na sua alocução a necessidade de se apostar no combate serrado ao terrorismo, a pirataria marítima no continente africano e no mundo, tendo como base o multilateralismo, com participação de países menos desenvolvidos em linha com os ditames da Lei internacional, sem influência das rivalidades geopolíticas.
Para o Chefe do Estado, na dinâmica da actualidade, a cooperação multilateral constitui um grande desafio para a esfera de desenvolvimento das relações entre os Estados, na perspetiva de inclusão do Sul Global nos sistemas multilaterais, como forma de promover o crescimento económico.
Na componente de energias renováveis, o estadista moçambicano defendeu a Adopção de uma transição energética justa que permita a capitalização do potencial económico dos países africanos com recursos energéticos em desenvolvimento que indubitavelmente jogam um papel importante na segurança energética global das próximas décadas.
O Chefe do Estado entende que África tem um contributo insignificante nas emissões do carbono e ‘e habitado por milhões de pessoas que ainda não tem acesso a energia e ao mesmo tempo são vitimas de ciclones tropicais e secas recorrentes com impacto na produção agrícola, emprego para jovens e a qualidade da vida de milhares de pessoas dentro do continente em relação a Europa.
“Torna-se premente que se adopte uma transição energética justa que permita a capitalização do potencial económico dos países africanos com recursos energéticos em desenvolvimento que indubitavelmente jogam um papel importante na segurança energética global das próximas décadas”, sublinhou.
O Presidente Nyusi fez saber igualmente que apesar de haver indícios de melhoria na maioria dos países do mundo, ainda prevalecem factores negativos que amortecem a velocidade de crescimento, nomeadamente, a persistência da inflação em quase todo o mundo e a alta das taxas de juros nos países credores, o que acarretou o aumento dos custos e financiamento nos países africanos.
“Esta realidade implica o aumento do serviço da divida, a quebra das reservas externas com consequência na depreciação cambial”, sustentou o governante moçambicano.