PR satisfeito com as preferências de investimento da Itália

Data: 06/02/2024
 
PR em conferência de imprensa em Roma sobre a Cimeira Itália-Africa

Roma (Itália), 30 de Janeiro de 2024 – O Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, terminou hoje a visita de trabalho à Itália, e deixa este país com o sentido de missão cumprida, ao ter constatado ter ficado evidente que a nível de África Moçambique integra o grupo de países preferenciais da Itália que se vão beneficiar do apoio italiano para financiar programas de cooperação para o desenvolvimento nas áreas temáticas eleitas.

O governante moçambicano iniciou a sua visita a 28 de Janeiro em resposta ao convite formulado pela Primeira-Ministra da República Italiana, Giorgia Meloni. Durante a visita, o Chefe do Estado fez parte, no dia 29, da Cimeira Itália–África, realizada sob o lema “Itália-África: Uma Ponte para o Crescimento Comum”.

Tratou-se de uma reunião que abordou temas ligados a infraestruturas, cultura, formação e profissionalização, tendo-se feito uma abordagem sobre o fluxo migratório e o combate ao terrorismo. Mas também se fez menção à questão da segurança alimentar e segurança energética, este último considerado muito importante pelo estadista pelo facto de ter sido em torno do qual o país foi solicitado a dar a sua contribuição, mas mais na componente da transição energética.

Na sua intervenção em sede da Cimeira, o Presidente Nyusi passou em revista os quatro temas e falou em torno das perspectivas para o futuro.

“Incidimos a nossa intervenção na segurança energética, onde partilhámos a nossa Estratégia de Segurança Energética em Moçambique e replicámos aqui”, disse o estadista, em conferência de imprensa que marcou o fim da sua visita de trabalho à Itália.

Ainda na Cimeira o governante enalteceu o papel da Itália na balança económica com Moçambique, onde se constata que o país está a exportar a um nível considerável para a Itália. E aproveitou a ocasião para convidar mais investidores italianos para direccionarem suas operações a Moçambique.

O Chefe de Estado fez menção no balanço da visita ao facto de a Itália ter reconhecido que a África não está numa situação de pedinte, mas numa posição de comparticipar no desenvolvimento colectivo entrando com aquilo que dispõe em termos de recursos, ao passo que os outros comparticipam com o poder financeiro, tecnológico, entre outros, mas um poder que é transferível para os respectivos países.

“Discutimos bastante também sobre a importância de transformação de recursos dentro dos nossos países africanos (essa foi também a minha intervenção) para reduzirmos o facto de sermos a fonte da matéria-prima e simplesmente mercado para aquilo que é transformado a partir dos nossos próprios recursos”.

Defendeu o seu posicionamento argumentando que esta abordagem de transformação da matéria-prima nos próprios países promove a empregabilidade, revelando-se ainda como uma área transversal, pois com a mais empregabilidade os níveis de migrações diminuem.

“A imigração acontece porque as pessoas não têm trabalho, não têm comida, são pobres e não têm onde ficar. Então, se a situação da matéria-prima explorada nos países for transformada nesses países […], não há necessidade de alguém sair à procura de onde trabalhar porque pode trabalhar no seu próprio país”, explicou.

O Presidente da República ainda se reuniu com o seu homólogo italiano, Sergio Mattarella, e com a Primeira-Ministra do mesmo país anfitrião, além de outras instituições multilaterais em encontros que considera de bem-sucedidos dado o facto de ter havido espaço para a troca de impressões com essas entidades que actuam em diversas áreas.

No fim do balanco, o Presidente Nyusi disse ter sentido a abertura da Itália para financiar e cooperar com Moçambique em diversos projectos de desenvolvimento. Por isso, afirma que a visita foi um sucesso.