MAPUTO, 03 DE DEZEMBRO DE 2025 O Presidente da República, Daniel Francisco Chapo, e o Presidente da África do Sul, Matamela Cyril Ramaphosa, reafirmaram esta quarta-feira (03), em Maputo, o compromisso de fortalecer a parceria entre os dois países, destacando a necessidade de transformar decisões políticas em acções concretas nos domínios da energia, transportes, comércio, segurança e movimentação de pessoas.

Na sua intervenção durante a conferência de imprensa conjunta, em Maputo, o Presidente Chapo destacou o significado político da quarta Cimeira Binacional, sublinhando que o encontro ocorre após a reunião “fraterna e cordial” de 04 de Março, em Cape Town.

O estadista moçambicano elogiou a dimensão da delegação sul-africana, considerando-a uma demonstração inequívoca do interesse de África do Sul em aprofundar a cooperação bilateral. “Queremos sair da palavra para acção na implementação tanto dos acordos já assinados anteriormente como estes que assinamos hoje”, afirmou, agradecendo ao homólogo sul-africano pelo envolvimento directo nas negociações.

Durante as conversações, os dois Chefes de Estado revisitaram áreas centrais da cooperação, com destaque para energia, transportes, comércio, educação, cultura, justiça, agricultura e mobilidade humana.

O dirigente moçambicano realçou a pertinência de “promover a diversificação de fontes energéticas” e a modernização dos corredores logísticos, incluindo o de Maputo, Ponta do Ouro e Mapinhane–Pafúri, além da introdução de Postos de Fronteira de Paragem Única, a começar por Ressano Garcia/Lebombo, que pretende tornar “um modelo de paragem única em África com a sua digitalização”.

O estadista moçambicano sublinhou ainda a necessidade de reforçar a cooperação em agricultura e pecuária, mobilidade laboral e combate a práticas ilícitas, apontando que Moçambique quer beneficiar da “experiência, tecnologia, conhecimento e investimentos da África do Sul” para impulsionar a segurança alimentar e criar oportunidades para jovens e mulheres.

Os dois Presidentes testemunharam a assinatura de novos instrumentos de cooperação, que se juntam aos 78 acordos existentes. O Chefe do estado moçambicano defendeu a revisão conjunta desses instrumentos, de modo a avaliar o grau de implementação e introduzir “mecanismos viáveis e adequados” para garantir a sua execução efectiva.

O Presidente Chapo agradeceu novamente o apoio sul-africano no combate ao terrorismo em Cabo Delgado, recordando que a África do Sul foi “um dos maiores contribuintes” da Missao Militar da SADC (SAMIM), o que evidencia “o espírito de irmandade e amizade que nos une”. Reforçou que Moçambique e África do Sul “não têm outra escolha” senão continuar a trabalhar juntos para o desenvolvimento de ambos os povos.

Por seu turno, o Presidente Ramaphosa classificou o encontro como uma sessão “muito sucessiva”, sublinhando que ele e o Presidente Chapo têm uma responsabilidade histórica para os respectivos povos, para garantir que as gerações actuais e futuras apreciem os frutos da relação estratégica entre os dois países”. Acrescentou que, sob a liderança do homólogo moçambicano, não tem dúvidas de que ambas as nações usarão a Cimeira “para alcançar benefícios práticos para a população de Moçambique e da África do Sul”.

O Presidente Ramaphosa destacou o impacto dos acordos assinados, afirmando que “oferecem uma grande oportunidade para concretizar nossa cooperação e relação”, e sublinhou a prontidão das instituições financeiras de desenvolvimento, empresas estatais e privadas sul-africanas para participar nos projectos identificados. O estadista sul-africano defendeu ainda o aprofundamento da cooperação em “energia, mineração, infraestrutura, agricultura, serviços financeiros, telecomunicações, saúde, turismo e hospitais”, sectores que considera essenciais para impulsionar o crescimento conjunto.