MAPUTO, 30 DE NOVEMBRO DE 2025 – O Presidente da República, Daniel Francisco Chapo, apelou à Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) para adoptar uma nova visão estratégica no aproveitamento hidroenergético do país, ao presidir, hoje, às cerimónias comemorativas do 18.º aniversário da reversão da HCB para o Estado moçambicano.
Na sua intervenção, o Chefe do Estado afirmou que a reversão da barragem, ocorrida em 27 de Novembro de 2007, representou “um marco histórico que devolveu ao povo moçambicano um dos seus mais importantes activos estratégicos”, sublinhando que Cahora Bassa é hoje “parte viva da nossa soberania económica” e elemento central na caminhada rumo à Independência Económica.
Durante a cerimónia, o Presidente da República apresentou cinco desafios à HCB, com destaque para a reforma do modelo de comercialização de energia, de modo a garantir maior retorno financeiro ao país e mitigar o impacto da volatilidade cambial. Enfatizou que Moçambique deve assegurar que “cada megawatt exportado contribua efectivamente para o desenvolvimento nacional”.
Daniel Chapo reiterou ainda a importância de um desenvolvimento integrado do Vale do Zambeze, apontando a necessidade de acelerar a implementação da cascata hidroeléctrica composta por Cahora Bassa, Mphanda Nkuwa, Lupata, Boroma e outros projectos estruturantes. Segundo o Chefe do Estado, o Zambeze “é uma artéria vital capaz de impulsionar a industrialização e fortalecer a segurança energética do país”.
O terceiro desafio lançado pelo Presidente Chapo centra-se na integração plena da HCB no quadro legal e institucional do sector energético moçambicano, em coordenação com o Operador do Sistema e o Operador do Mercado, garantindo que a energia gerada no país tenha prioridade no desenvolvimento interno e consolide Moçambique como exportador fiável no mercado regional.
Como quarto ponto, o estadista moçambicano instou a HCB a implementar um Programa de Inclusão Social e Desenvolvimento Rural, concebido como um compromisso histórico com as comunidades que acolhem a barragem. Defendeu que as populações devem beneficiar de investimentos em agricultura, empreendedorismo, infra-estruturas comunitárias, formação técnica e geração de rendimento.
O quinto desafio apresentado pelo Presidente da República apela à HCB para que evolua de “uma empresa sólida para uma empresa extraordinária”, assente na inovação, reabilitação e expansão das infra-estruturas, bem como na diversificação do negócio. “O país exige liderança transformadora”, afirmou.
A cerimónia foi igualmente marcada pela assinatura de um Memorando de Entendimento entre a HCB e a Fundação Lurdes Mutola, destinado a promover o desporto e projectos sociais, ocasião em que o Presidente da República enalteceu a atleta como “símbolo de disciplina e perseverança dos últimos 50 anos”.
No mesmo evento, o governante felicitou a União Desportiva do Songo pela conquista do Moçambola 2025, destacando o mérito dos jogadores, equipa técnica, dirigentes, patrocinadores e adeptos. Encerrando a sua intervenção, o Chefe do Estado afirmou que “a história de Cahora Bassa é a história de Moçambique”, apelando a que o país continue a inspirar-se na força do Zambeze para acelerar o desenvolvimento e consolidar a Independência Económica.