
Maputo, 20 de Março de 2025 – O Presidente da República e Comandante-Chefe das Forças de Defesa e Segurança (FDS), Daniel Chapo, desafiou os novos licenciados e mestres em Ciências Policiais a assumirem um papel activo e comprometido na prevenção e combate ao crime no país. O estadista falava, esta quinta-feira, no encerramento do 20º Curso de Licenciatura e da 7ª Edição dos Cursos de Mestrado em Ciências Policiais, na Academia de Ciências Policiais (ACIPOL), em Maputo.
A cerimónia marcou a incorporação de um novo contingente de agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM), resultado de um processo de formação que visa dotar os profissionais de conhecimentos académicos e científicos para enfrentar os desafios da criminalidade. “A presente graduação está em consonância com a nossa visão de valorização das Forças de Defesa e Segurança, através da formação especializada e da melhoria das condições de trabalho e de vida pessoal”, afirmou Chapo, no seu discurso de ocasião.
O Chefe de Estado destacou a crescente complexidade do crime no país, mencionando desafios como o tráfico de drogas, o terrorismo, o branqueamento de capitais, a imigração ilegal, entre outros.
Diante deste cenário, frisou a necessidade de um policiamento baseado na ciência e tecnologia para prevenir e combater eficazmente a criminalidade. “A aplicação da ciência e tecnologia no tratamento de matérias de natureza criminal deve permitir-nos a previsão e controlo dos fenómenos criminais e, nos casos em que já tenham ocorrido, que o seu esclarecimento seja célere”, sublinhou.
O Presidente da República reforçou a importância de um contacto próximo e humanizado entre os agentes da Lei e Ordem e a comunidade, repudiando práticas que possam descredibilizar a corporação. “São inadmissíveis na nossa corporação práticas nocivas como a corrupção, a extorsão, o clientelismo, o nepotismo, a indisciplina, a falta de respeito ao cidadão, entre outras práticas que minam a confiança da sociedade nas instituições”, alertou.
Chapo exortou os graduados a manterem um elevado padrão de ética e integridade, lembrando-lhes do compromisso assumido perante a Bandeira Nacional. “Esperamos de vós profissionais fieis e leais ao Estado moçambicano, comprometidos na prevenção e combate a qualquer tipo de manifestação criminosa”, disse.
O evento ocorre num momento em que o país enfrenta novas ameaças à segurança pública, incluindo crimes ambientais, manifestações violentas e desordem pública, bem como a instabilidade em Cabo Delgado. O estadista destacou que os criminosos que atentam contra a estabilidade nacional estão identificados e que as autoridades tomarão as medidas necessárias dentro dos limites da lei.
O dirigente apelou à ACIPOL para que continue a ajustar os currículos de formação de acordo com os desafios contemporâneos da segurança interna, dando especial atenção à educação cívico-patriótica, direitos humanos e direito internacional humanitário, terrorismo e mediação de conflitos. “Acreditamos que estas componentes têm o potencial de ser uma mais-valia na formação do polícia que gostaríamos de ter”, afirmou.
Dirigindo-se aos graduados, Chapo lançou um apelo à unidade nacional e ao compromisso com um serviço policial transparente e imparcial. “A Polícia da República de Moçambique deve ser isenta e transparente, sempre sensível às preocupações do povo. O juramento que fizeram de fidelidade à pátria deve ser uma realidade no dia-a-dia”, declarou.
O Chefe de Estado encerrou o seu discurso reiterando a necessidade de um enquadramento adequado dos novos agentes no sistema policial e felicitou os graduados e seus familiares pelo sucesso alcançado. “Aos graduados vão os nossos Parabéns, pois estão prontos para contribuir com o seu saber para a prevenção e combate à criminalidade na República de Moçambique”, concluiu.