MAPUTO, 18 DE JUNHO DE 2025 – O Presidente da República, Daniel Chapo, instou o novo Director-Geral do Serviço de Informações e Segurança do Estado (SISE), José Condugua António Pacheco, a liderar uma “transformação profunda” na instituição, com vista à defesa intransigente da soberania nacional e ao combate às múltiplas ameaças que pairam sobre Moçambique.

O estadista deixou este apelo durante a cerimónia de tomada de posse realizada esta Quarta-feira, em Maputo, sublinhando a necessidade de um SISE mais ágil, funcional e comprometido com os valores da integridade, da prevenção e da meritocracia.

“Queremos que, a partir de hoje, o SISE seja uma instituição totalmente transfigurada, mais dinâmica, mais funcional, mais ágil e mais assertiva, sobretudo na antecipação, com enorme capacidade de antecipação dos fenómenos que podem perigar a nossa harmonia social”, afirmou o governante, referindo-se ao novo ciclo de governação que exige um serviço de inteligência mais moderno e eficaz.

O Presidente Chapo advertiu que o novo responsável assume funções num contexto “adverso e desafiante”, em que o país enfrenta ameaças cada vez mais “complexas e mutáveis”. Entre os desafios enumerados constam o terrorismo em Cabo Delgado, o crime organizado transnacional, os raptos, o branqueamento de capitais, os ataques cibernéticos e a infiltração de redes criminosas em instituições estatais ligadas à emissão de documentos de identificação.

“Temos, hoje, infiltrados em sectores como o de emissão de Certidão de Nascimento, o de Bilhete de Identidade, o de Passaportes […], facto que facilita as acções dos criminosos”, alertou o Chefe do Estado, reforçando a necessidade de uma vigilância constante e de medidas preventivas eficazes.

Na sua intervenção, o Presidente moçambicano justificou a escolha de José Pacheco como fruto de uma avaliação baseada na meritocracia. “O Engenheiro José Condugua António Pacheco é o compatriota por nós escolhido a dedo para o cargo de Director-Geral do SISE”, declarou, destacando a sua experiência nas áreas de governação e segurança, incluindo o período em que exerceu funções como Ministro do Interior e membro do Conselho Nacional de Defesa e Segurança.

O estadista exigiu do empossado uma actuação firme contra práticas nocivas dentro da instituição, como a corrupção, o nepotismo e o amiguismo. “Transfigurar para nós significa não à corrupção, não à chantagem, não à fofoca, não à mentira […], mas sim à meritocracia”, afirmou, acrescentando que o novo Director-Geral tem a missão de eliminar práticas que mancham a reputação do SISE.

Ao abordar o fenómeno do terrorismo, o Presidente da República foi claro na sua exigência: “É preciso chegar ao âmago da questão, identificar, de forma clara e com provas concretas, os mandantes, os líderes, as fontes de financiamento […] para que este fenómeno passe, um dia, para a história”. Sublinhou ainda que o combate ao terrorismo deve assentar na investigação profunda, troca de informações e no fortalecimento da cooperação interinstitucional.

O Presidente Daniel Chapo encorajou o novo dirigente a investir nos recursos humanos do SISE, promovendo a valorização dos quadros, a formação contínua e mecanismos de motivação e reconhecimento. “A instituição deve ser uma instituição séria que fecha as informações a 7 chaves, sobretudo informações que têm a ver com a segurança do nosso Estado”, vincou. No encerramento da cerimónia, o Presidente da República apelou à coesão entre todos os ramos das Forças de Defesa e Segurança, defendendo uma cultura de trabalho em equipa. “Não queremos estrelas nas equipas, mas queremos uma equipa estrela”, declarou, garantindo ao novo Director-Geral o apoio incondicional do Governo e do povo moçambicano.