MAPUTO, 28 DE MAIO DE 2025 – O Presidente da República, Daniel Chapo, entregou esta Quarta-feira o Regadio 7 de Abril, no distrito de Guijá, província de Gaza, e apelou à intensificação da produção agrícola, organização comunitária e preservação da paz como fundamentos essenciais para o desenvolvimento do país.

Durante a entrega da infra-estrutura, que cobre 138 hectares e beneficia 300 membros nesta fase inicial, o Presidente Chapo defendeu a redução das importações alimentares e valorizou a capacidade produtiva local, sublinhando que “produzir comida é também trabalhar pelo futuro de Moçambique”.

“Nós viemos a Guijá hoje para entregar o vosso regadio, que vai permitir-nos produzir muita comida aqui em Guijá e aqui em Gaza”, afirmou o Chefe do Estado, destacando a importância da agricultura familiar como motor do crescimento económico local e nacional.

O estadista enfatizou ainda que o conceito de trabalho não se resume ao emprego formal: “Trabalho que nós temos dito não é só emprego. Também é acordar, vir aqui no regadio, produzir hortícolas, produzir comida para nós podermos comer, mas também para podermos vender e termos dinheiro para a nossa família”.

Antes da cerimónia de entrega, o Presidente da República visitou a feira agrária instalada no local, onde todos os 14 distritos da província de Gaza exibiram os seus principais produtos. Entre os itens expostos destacavam-se culturas como macadâmia, batatas, amendoim, arroz, banana, melancia, mandioca, milho, castanha de caju, papaia, peixe de cativeiro e mapira, além de animais de raças melhoradas. “Conseguimos perceber que Gaza está a produzir muita comida, incluindo também animais”, sublinhou.

O governante não deixou de abordar uma das principais preocupações apresentadas pela população local: o roubo de gado. “Nós vamos continuar a trabalhar para ver como resolvermos este assunto”, assegurou, considerando que tal prática constitui um entrave ao progresso rural. “Criar um animal não é tarefa fácil. Um animal como o gado bovino leva muitos anos para crescer, para depois aparecer alguém e roubar. Este deve ser condenado, se ficar provado que roubou, realmente”.

Ademais, apelou à comunidade para se organizar com vista à conservação do regadio, destacando a importância da contribuição comunitária para assegurar o pagamento da energia eléctrica necessária ao funcionamento do sistema de irrigação.

Na componente sanitária, o Chefe do Estado lembrou a necessidade de cuidados constantes com a saúde animal. “Sempre que há campanha de vacinação, cada um de nós tem que levar os animais para a vacinação. E, geralmente, os nossos animais têm que tomar banho no tanque para não poder ter caraças e não ter doenças”, orientou, reforçando que animais saudáveis são condição indispensável para a saúde humana: “Um animal doente é uma pessoa também doente”.

Prosseguiu apelando à unidade nacional como condição indispensável para consolidar a paz e garantir a produtividade. “Vamos continuar a trabalhar em paz e reconciliação entre irmãos moçambicanos. Vamos combater discursos de violência. Vamos combater discursos de ódio entre irmãos moçambicanos. Vamos trazer a paz, porque a paz é que une os moçambicanos”, defendeu, sublinhando que o desenvolvimento de Moçambique depende da coesão social.

No fim da sua intervenção, o Presidente Daniel Chapo defendeu a produção nacional como estratégia para reduzir a dependência de importações e promover a auto-suficiência alimentar. “O Estado gasta muito dinheiro para comprar arroz durante todos os anos. E quando nós compramos arroz fora do país, estamos a tirar o nosso dinheiro para dar aos outros países. Temos que chegar ao nível de produção em que nós vamos produzir comida tal como os outros vendem para nós, sermos nós a vendermos para os outros”, disse. Para o Presidente da República, uma produção agrícola sólida e organizada permitirá gerar riqueza e responder às necessidades sociais da população: “Construirmos mais escolas que as nossas mães, quando estavam a cantar, estavam a pedir; expandirmos mais energia; podermos ter mais hospitais, mais medicamentos e muitas outras coisas; mais estrada, mais água e desenvolvermos a nossa província de Gaza”, concluiu.

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