MAPUTO, 15 DE MAIO DE 2025 – O Presidente da República, Daniel Chapo, lançou esta quinta-feira, no distrito de Sussundenga, província de Manica, a Campanha de Comercialização Agrária 2025, com um apelo à mobilização nacional para transformar o excedente agrícola em motor de crescimento económico.

Numa cerimónia marcada por referências à resiliência popular e aos desafios económicos enfrentados pelo país, o Chefe do Estado afirmou que a comercialização agrária é o elo essencial entre o trabalho dos camponeses e a industrialização de Moçambique.

“É com muita esperança e profundo optimismo que hoje nos reunimos aqui em Sussundenga, para testemunhar o Lançamento Oficial da Campanha de Comercialização Agrária 2025”, declarou o governante, no início da cerimónia, sublinhando que este passo reforça “a construção da nossa tão almejada independência económica de Moçambique”. O Presidente Chapo destacou a importância da valorização dos recursos naturais e do esforço de cada agricultor como alicerces para essa independência.

Durante o seu discurso, o Chefe do Estado reconheceu o papel das mulheres camponesas, dos jovens e dos parceiros do sector privado como “mestres infatigáveis” e forças dinamizadoras da economia rural.

Além disso, recordou que o país atravessou recentemente um período difícil, marcado por manifestações violentas e fenómenos climáticos extremos, como os ciclones Dikeledi, Chido e Jude. Esses eventos resultaram na destruição de infra-estruturas e numa contracção do Produto Interno Bruto (PIB) em cerca de 4.9 por cento.

“Se não fosse essa resiliência do povo moçambicano […], os 4.9 por cento negativos no nosso PIB seriam mais do que isso”, afirmou, destacando a união e coragem das comunidades na reconstrução.

Apesar das adversidades, os resultados da Campanha Agrária 2024 foram animadores, de acordo com o estadista. Houve crescimento de nove por cento na produção de cereais, sete por cento nas leguminosas e 12 por cento nas raízes e tubérculos. Na comercialização, registou-se um aumento de 14 por cento, com mais de 20 milhões de toneladas de produtos agrícolas vendidos, com destaque para as províncias de Nampula e Maputo, que contribuíram com 25 e 18 por cento, respectivamente.

Com o lema “Comercialização Agrária como factor Dinamizador da Economia Local e Industrialização”, o Governo projecta um crescimento de cinco para 2025, sustentado pela expansão da área cultivada, aumento do número de famílias agrícolas e estímulo ao investimento. Para tal, o Executivo criou o Fundo de Recuperação Económica, com uma dotação inicial de 319,5 milhões de meticais, destinado a micro, pequenas e médias empresas.

O Governo trabalha ainda na criação de dois instrumentos estratégicos: um novo regulamento para o exercício da actividade comercial e o Plano Integrado da Comercialização Agrária, concebido para resolver, de forma coordenada, os entraves ao longo da cadeia de valor agrícola, pecuária, florestal, pesqueira e aquícola.

O Presidente Chapo apelou também aos jovens para assumirem protagonismo nesta campanha. “Apropriem-se deste processo. Usem as plataformas digitais existentes, organizem-se em cooperativas e associações, e apresentem propostas de valor agregado”, incentivou, reforçando a ideia de que o desenvolvimento nacional passa pela capacidade do país transformar a produção local em riqueza distribuída. Para o Chefe do Estado, a comercialização agrária “ganha um papel estratégico” por ligar a produção rural à industrialização nacional. “Chegou o momento de, juntos, escrevermos o próximo capítulo desta epopeia da nossa comercialização agrária”, concluiu, apelando a um esforço conjunto para garantir a segurança alimentar e consolidar a independência económica de Moçambique.

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